(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-05-11
Os resíduos da construção civil correspondem a 50% do total de resíduos sólidos urbanos coletados e estima-se que para cada 1 m3 construído equivale a geração de 150 kg de resíduos. Estudos realizados em alguns municípios indicam que os resíduos da construção formal representam de 15% a 30% do volume de resíduos da construção e demolição, enquanto a construção informal é responsável pelo restante, ou seja, 85% a 70% dos resíduos.

Alternativas - Para que haja a consolidação do gerenciamento adequado desse resíduo no município, é imprescindível a formalização de políticas públicas que incentivem e viabilizem as iniciativas privadas. Através de uma parceria pública-privada entre construtoras, transportadores e poder público é possível o cumprimento de um arcabouço legal, baseado na Resolução CONAMA n° 307:2002.

Tal arcabouço precisa circundar-se de mecanismos físicos e institucionais, com a criação de estruturas gerenciais de informação e fiscalização. O estabelecimento de convênios no âmbito local, com eventual cessão de áreas públicas proporciona a instalação dos processos necessários para a reciclagem desse material.

Atribuições do município - Na esfera pública a primeira ação a ser tomada é o desenvolvimento e implementação do Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, o qual deve incorporar o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e o Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. A Resolução CONAMA supracitada exigiu a elaboração do Plano Integrado por parte do município a partir de janeiro de 2003 e sua implantação a partir de julho de 2004.

Além disso, é imperativa a regulamentação municipal do uso preferencial de agregados reciclados em obras e serviços públicos. Transportadores licenciados e definição de locais de destinação final, legalmente autorizados pelo poder público municipal, completam o correto gerenciamento.

Atribuições da iniciativa privada - Por sua vez, o gerenciamento dos volumes da construção formal é dever dos grandes geradores, os quais são responsáveis pela remoção e destinação ambientalmente correta dos resíduos.

Para tanto a referida Resolução exige dos mesmos a elaboração e implantação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos, para análise pelo órgão ambiental competente do poder público municipal. Deveriam constar como práticas das construtoras desde janeiro de 2005, de acordo com a Resolução supracitada.

Experiência - Em construtoras que implantaram Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), incluídas no Projeto Piloto de 2002 em Goiânia, de autoria da Arquiteta Rachel Blumenschein, intitulado Programa de Redução de Desperdício e Gestão de Materiais, houve uma redução média de 70% no desperdício e diminuição em torno de 40% a 50% do número de caçambas. Registrou-se, também nesse período, que apenas 20% a 40% dos resíduos gerados nos canteiros de obra foram encaminhados ao aterro sanitário.

Oportunidades - O gerenciamento dos resíduos possibilita diversas oportunidades. A separação na obra dos materiais recicláveis viabiliza a obtenção e aproveitamento dos materiais recicláveis e do entulho limpo, o qual, na forma de agregado reciclado, pode ser utilizado pela prefeitura para execução de base e sub-base de asfalto, blocos de concreto sem função estrutural para confecção de casas populares, entre outros.

Além disso, tal prática reduz a quantidade de resíduos gerada e disposta irregularmente. Ao mesmo tempo, aumenta a lucratividade advinda do racionamento do uso dos materiais e da comercialização dos rejeitos. Ainda, existe o ganho incalculável de melhor qualidade de vida proporcionado por uma cidade limpa.

Custos - Os custos a serem reduzidos por parte das construções formais e informais e pelo poder público são igualmente bastante volumosos. Em centros urbanos com população acima de 1 milhão de habitantes, para o recolhimento em média de 60 mil toneladas por mês de entulhos descartados inadequadamente, geram-se gastos para o poder público municipal na ordem de 2 milhões mensais. Some-se a isso os custos advindos da deposição final em aterros ou bota-foras, das atividades de fiscalização e do controle de zoonoses.

Perspectivas - Por isso as iniciativas de prevenção na geração de resíduos e seu correto gerenciamento, quando a geração for inevitável, devem ser cobradas e fomentadas pelos próprios cidadãos, praticadas pelos responsáveis pela geração e regulamentadas por quem de direito (poder público).

O atual descaso acarreta dano e prejuízo a todo ser vivo, nesse grupo incluído o ser humano, e o meio em que estamos inseridos. Quanto ao ônus ambiental, sabe-se que é imensurável e são necessárias gerações para repará-lo. Resta saber até quando os responsáveis “entulharão” as oportunidades e socializarão a crescente dívida ambiental.
(Jornal do Meio Ambiente, 10/05/06)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -