Vacina experimental contra gripe aviária passa pelo primeiro teste
2006-05-11
Uma vacina experimental contra o vírus H5N1 da gripe aviária passou com sucesso por seu primeiro teste clínico e demonstrou que é capaz de ativar uma resposta imunológica em seres humanos, segundo afirmou a revista médica The Lancet nesta quarta-feira (10/05) em sua edição digital. Desenvolvida por cientistas franceses para os laboratórios farmacêuticos Sanofi Pasteur, a vacina foi elaborada a partir de uma cepa modificada do vírus. O teste, dirigido pela médica Melanie Saville, tinha o objetivo de comprovar se a vacina é segura e capaz de produzir anticorpos neutralizadores nos humanos.
Segundo Saville, o composto testado "é seguro e induz a uma resposta imunológica que segue os requerimentos reguladores da União Européia para a licença de vacinas contra a gripe". No entanto, a médica reconheceu que ainda não se sabe qual é o nível de anticorpos necessário para a proteção contra o H5N1. Também na The Lancet, cientistas americanos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta e da Faculdade Clínica de Medicina de Mayo, em Maryland, advertiram que ainda é preciso desenvolver uma vacina que seja suficientemente poderosa para combater uma eventual pandemia.
Embora os laboratórios farmacêuticos tentem desenvolver possíveis antídotos para combater os sintomas de uma pandemia de gripe aviária, a vacina definitiva só pode ser elaborada quando as características do vírus forem totalmente conhecidas. A cepa H5N1 da gripe aviária é considerada a mais perigosa, já que poderia sofrer uma mutação e ser transmitida entre humanos --até o momento, o vírus só é transmitido aos seres humanos por contato direto com aves doentes ou seus restos.
Desde que o vírus voltou a ser detectado, em 2003, na Coréia do Sul, a doença vem se espalhando e já atingiu ao menos 45 países de todo o mundo e matou ao menos 114 pessoas, a maioria das quais trabalhava ou vivia em contato com aves, segundo dados da OMS. Milhões de aves foram sacrificadas.
(EFE, 11/05/06)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u95819.shtml