Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná serão os estados brasileiros mais afetados no caso de reajuste nos valores do gás natural da Bolívia. A avaliação foi feita ontem em Porto Alegre pelo superintendente de Comercialização e Movimentação de Petróleo da Agência Nacional de Petróleo (ANP), José Cecchi. O superintendente foi um dos participantes da audiência pública, na Assembléia, que tratou da nacionalização da produção e exploração de petróleo e gás natural boliviano.

Cecchi disse que o impacto maior na região Sul acontecerá porque 100% do gás utilizado vem da Bolívia. Ele avaliou ainda que, no caso de reajuste, este deverá ser repassado ao consumidor, mesmo que os contratos da Petrobras com as distribuidoras, como a Sulgás no RS, tenham aumentos estabelecidos por outros critérios.

Conforme a ANP, o Brasil utiliza toda a capacidade interna de produção de gás natural, que é de 49 milhões de m3/dia. Segundo Cecchi, a Petrobras disponibiliza às distribuidoras quase 50% deste total (23 milhões de m3/dia). Da Bolívia vêm mais 26 milhões de m3/dia. Cecchi adiantou que a estatal deverá rever sua posição. Para ele, a Bolívia não pode abrir mão do mercado brasileiro.
(CP, 11/05/06)