Pedreira já está há 15 dias interditada
2006-05-10
Ontem (09/05) fez 15 dias que a Pedreira Marsal, de Santo Antônio da Patrulha,
foi interditada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
(Ibama), deixando desempregados mais de 20 trabalhadores. Outras duas pedreiras
do município também estão interditadas. O problema envolve, de um lado, a lei
que exige das mineradoras o cumprimento de regras e exigências ambientais para
seu funcionamento e, do outro, os trabalhadores que dependem da extração e da
venda de pedras como fonte de renda e sustento de suas famílias. A Câmara de
Vereadores de Santo Antônio busca o entendimento entre as partes, levando a
realidade dos mineradores aos órgãos fiscalizadores e as leis a serem cumpridas
aos trabalhadores.
O vereador Flávio von Saltiél (PMDB) pretende agendar uma audiência pública,
envolvendo a Câmara de Vereadores, Ministério Público e órgãos governamentais
das esferas municipal e estadual, para esclarecer os critérios de
regulamentação e o período para liberação da exploração das áreas. “A idéia é
criar um padrão, por meio de uma cooperativa ou associação, para evitar esse
tipo de interdição, porque dezenas de famílias dependem desse trabalho”, explica.
De acordo com alguns mineradores, a emissão de laudos é demorada, deixando-os
em uma situação delicada para o sustento de suas famílias. É o caso de Valmir
Nunes Portal, 56 anos. “Eu nunca fiz outra coisa na minha vida”, diz. “Essa
pedreira tem 60 anos, aqui foi meu primeiro emprego”, comenta. “Se fecharem
aqui, vou ter que trabalhar clandestinamente, porque estamos sem saber o que
fazer.”
Para Nelson Roque da Silva, 49, que trabalha na pedreira há 12 anos, a situação
financeira da família está complicada. “Nós quase não temos mais o que comer”,
lamenta. “Se a gente trabalhar, pode até ser preso”. Reni de Mello, 49, diz
que seu pai foi um dos fundadores da pedreira. “Não quero que meus filhos
trabalhem aqui, olha nossa situação.”
(Jornal NH, 10/05/06)