Estudo do Banco Mundial mostra que China e Índia colaboram para aumento das emissões de CO2
emissões de co2
2006-05-11
As emissões de dióxido de carbono (CO2) cresceram 15% entre 1992 e 2002 devido ao crescimento das economias da
China e da Índia, segundo o "Livro Verde de Dados Ambientais 2006", editado pelo Banco Mundial (BM). A nova edição,
apresentada nesta terça-feira (09/05) nas Nações Unidas, se concentra nos assuntos energéticos e expõe que, entre
1992 e 2002, a China se transformou no segundo país mais poluente do mundo, só superado pelos Estados Unidos.
Durante esse período - o último avaliado pelo BM -, a China aumentou suas emissões em 33%, enquanto a Índia
ampliou as mesmas taxas em 57%. O vice-presidente interino da área de desenvolvimento sustentável do BM, Steen
Jorgensen, expressou em entrevista coletiva sua preocupação com esses dados, já que as emissões de CO2
"continuam aumentando". Apesar de tudo, a China conseguiu melhorar sua eficiência na utilização da energia, e cada
dólar de seu Produto Interno Bruto se associa à produção de 2,5 quilos de CO2, frente aos 4,8 quilos de 1992.
Nesse sentido, Steen destacou que "no mundo atual, existe a mentalidade de estabelecer iniciativas a curto prazo".
Por isso, reiterou a necessidade de serem adotadas "políticas a longo prazo", fazendo com que seja preciso haver
"mudanças estruturais". Segundo o BM, 51% da energia mundial está nas mãos dos países ricos. "Essa realidade nos
mostra que precisamos encontrar formas criativas para envolver as economias mais fortes do planeta na solução de um
problema global como a mudança climática", explicou.
"Os países em desenvolvimento aumentaram seu consumo de energia, mas dependem excessivamente dos
combustíveis derivados de biomassas", apontou Laura Tlaiye, representante do departamento ambiental do BM. O livro
aponta que a combustão de biomassas é a principal fonte de energia para cerca de 2 bilhões de pessoas que vivem em
países pobres ou em vias de desenvolvimento. O BM alerta para os perigos que a poluição associada a esse tipo de
combustível representa nos países pobres, causando doenças respiratórias a milhões de pessoas, em sua maioria
crianças e mulheres de áreas rurais.
A "poluição doméstica" é uma das principais causas de doença ou morte nesses países (3,6%), só superada pela falta
de água potável ou assistência sanitária, responsáveis por 5,5% das perdas humanas. O relatório do BM aponta uma
tendência perigosa em países com poucos recursos econômicos e grandes reservas de combustíveis fósseis, como
Angola, Nigéria e Venezuela.
Esses países preferem consumir a investir os lucros obtidos pela venda de seus recursos, o que, segundo o BM, faz
com que "ponham em sério risco sua futura sustentabilidade e suas taxas de crescimento". O "Livro Verde de Dados
Ambientais" é editado pelo BM há sete anos e reúne as estatísticas ambientais e de saúde do mundo. São aglutinados
dados de mais de 200 países. Segundo o diretor do programa de desenvolvimento econômico do BM, Eric Swamson, "o
livro reflete a situação mundial e o impacto da atividade humana através de 48 indicadores em 222 nações e
territórios".
(EFE, 09/05/06)
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