Cinco pessoas foram atendidas por volta das 18 horas de ontem (09/05) no Hospital São José de Ivoti, afetadas por um quadro caracterizado por náusea, tosse e irritações nos olhos, após um vazamento de amônia na Unileite, empresa de laticínios situada na Avenida Presidente Lucena, por volta das 17h30. Elas ficaram uma hora em observação e foram liberadas. O plantonista do Serviço de Emergência Ambiental da Fepam, Luiz Fernando Guaragmi, recebeu denúncia de um morador por volta das 19h30 de ontem de que ainda havia um forte cheiro de amônia, produto usado na refrigeração do leite. O gerente-geral da empresa, Carlos Feijó, disse que as causas da explosão seriam divulgadas hoje. “Não houve danos maiores, tanto materiais quanto de pessoas”, assegura. À noite, a empresa seguiu seu funcionamento normal.

De acordo com Guaragmi, foi acionado o Corpo de Bombeiros de Novo Hamburgo, que atendeu à ocorrência, e a Brigada Militar de Ivoti. “Quando contatados, nos informaram que já havia sido controlado o vazamento”, afirma o plantonista. O sargento Vilson Alves, dos bombeiros, acionados pela empresa às 17h30, diz que houve a explosão de uma tubulação. “Válvulas foram fechadas para controlar o vazamento e não sabemos precisar a quantidade que vazou”, afirma. Com máscaras de respiração autônomas, durante uma hora os bombeiros utilizaram mais de 2 mil litros de água para dissolver a amônia, que escorreu para o bueiro. “É o procedimento”, frisa Alves. A estudante Luciane Barth, 13 anos, na ocasião, retornava da escola e teve que desviar por causa da limpeza. “O cheiro era muito forte naquele momento”, relatou. O seu irmão, Bruno Barth, 16, que estava em casa, disse ter escutado barulho semelhante a uma explosão.

Conforme o site do Departamento Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, a amônia é o único agente refrigerante natural ecologicamente correto. A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar. A ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe. A amônia produz, em contato com a pele, dor, eritema e vesiculação. Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas. Reações tardias podem acontecer, como fibrose pulmonar, catarata e atrofia da retina. A exposição a concentrações por 30 minutos pode ser fatal.
(Jornal NH, 10/05/06)