População de Bagé sofre com a falta de água
2006-05-10
A prefeitura decretou situação de emergência em março. Na semana passada, o
decreto foi homologado pelo governo do Estado.
A cidade foi divida em três zonas, cada uma abastecida seis horas por dia. “O
racionamento é instrumento para prolongar o abastecimento”, explicou a diretora
do Departamento de Água e Esgoto (Daeb), Estafanía Damboriarena. Quatro
caminhões-pipa levam água para dez zonas altas da cidade.
O nível das barragens é crítico: Sanga Rasa foi desativada em 23 de abril; e
Piraí está sete metros abaixo do normal. “De fevereiro a abril, o calor intenso
elevou o consumo e aumentou a evaporação”, lembrou Estafanía. Pela primeira vez,
desde 1997, o Daeb tem captado água de pedreiras desativadas para abastecer
cerca de 20 mil pessoas da zona urbana. “Investimos R$ 105 mil em tubulação,
bombas, motores e clorador”, garantiu Estafanía, que solicitou à população que
mantenha o consumo racional. “Com essas ações, reduzimos em 60% o volume de
água tratada”, afirmou a diretora.
De acordo com o Mapa Hidrogeológico do Estado, Bagé está localizada sobre um
aqüífero limitado, de baixa possibilidade. “De 1995 para cá, perfuramos 37
poços artesianos no município. Todos de baixa vazão”, informou o técnico da
Defesa Civil Estadual, major Aroldo Medina.
Ele ressaltou a importância de ampliar o diálogo entre os governos para que se
busque solução de médio e longo prazo para resolver o problema. “Construir uma
canalização seria alternativa, como Candiota está fazendo para trazer água da
barragem de Presidente Médici”, disse Medina.
(JC, 10/05/06)