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2006-05-10
A corrida das indústrias para a produção de biodiesel se acelerou e deve levar o governo federal a adiantar o cronograma para a mistura ao diesel. Conforme dados do Ministério de Minas e Energia, os investimentos já superam R$ 600 milhões, aplicados em 29 usinas - sendo que sete já operam.

"O governo avalia a antecipação da mistura de 5% de biodiesel ao diesel por conta dos investimentos acelerados", afirma Arnoldo de Campos, coordenador do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

A capacidade instalada no país hoje é suficiente para ofertar por ano 1,7 bilhão de litros, contra 736 milhões de litros em 2005. Conforme cálculos do governo federal, a meta era produzir por ano 800 milhões de litros para a mistura de 2% ao diesel até 2008, e ampliação para 2,4 bilhões por ano até 2013, quando a mistura será de 5%.

De acordo com Campos, dois terços do biodiesel produzido no país tem como matéria-prima a soja. Em seguida, aparece a mamona (25% do total processado) e itens não previstos pelo governo no início do programa, como o pinhão-manso e o sebo animal.

A Caramuru Alimentos é uma das empresas que está investindo na produção de biodiesel à base de soja. O grupo estuda instalar uma usina em Itumbiara (GO), com capacidade para 110 milhões de litros do biocombustível por ano. A cooperativa Cocamar também está instalando em Maringá (PR) uma unidade, que terá capacidade para produzir 30 milhões de litros de biodiesel de soja por ano.

A aposta na soja tem se dado em quase todos os Estados, concentrando-se com mais força no Mato Grosso, onde há projetos para instalação de sete usinas, num investimento total de R$ 80 milhões.

"O avanço dos investimentos nos Estados dependerá muito de como se dará o próximo leilão de diesel", observa Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia. O próximo leilão está previsto para ocorrer até o início de junho, com volume de 500 milhões de litros do produto, a serem entregues em 2007.

Luiz Eduardo Dumont, gerente de operações Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Minas Gerais, observa que o biodiesel de pinhão-manso - usado por produtores apenas para descanso do solo na rotação de culturas - tem o custo mais baixo de produção: R$ 0,29 por litro. Em seguida aparecem o sebo animal (R$ 0,50), o girassol (R$ 0,57), a soja (R$ 0,70), a mamona (R$ 1,35) e o amendoim (R$ 1,68).

"Na bomba, o biodiesel de pinhão-manso sai a R$ 1,80 por litro", diz Dumont. Ele observa que o baixo custo está levando a Petrobras a adotar a matéria-prima como principal fonte para produzir biodiesel na unidade que implantará em Montes Claros (MG), com capacidade para 40 milhões de litros por ano. Procurada pelo Valor, a empresa não se pronunciou.

A Soyminas, do grupo Biobrás, também tem apostado no nabo forrageiro e no girassol. Conforme Artur Augusto Alves, presidente da Biobrás, o grupo possui hoje seis unidades com capacidade total para 120 milhões de litros por ano. E estuda montar uma nova usina em São Paulo, com capacidade para 100 milhões de litros/ano. "Hoje nossa aposta é no nabo forrageiro e girassol, mas temos projeto para investir largamente no pinhão-manso", afirma Alves. Ao todo, a Biobrás já investiu cerca de R$ 60 milhões nas usinas de biodiesel.

Já as empresas Barrálcool, Bertin, Biocapital, Fertibom Indústrias e Pontes di Ferro estão apostando no sebo animal. A principal razão é o custo, estimado em R$ 0,50/litro.

A Fertibom Indústrias, com sede em Catanduva (SP), foi a primeira a produzir biodiesel a partir do sebo animal. Heitor Barbosa, coordenador do projeto, diz que a empresa testou 20 matérias-primas e optou pelo sebo devido ao custo e à farta oferta do produto na região.

"Hoje nossa capacidade produtiva é de 6 milhões de litros por ano, mas a meta é ampliar para até 40 milhões em dois anos. Só depende do contrato que conseguirmos no próximo leilão de biodiesel", afirma Barbosa. Ele diz que também estuda exportar o produto para países da Europa. A Fertibom não quis informar o valor investido no projeto.

O grupo Bertin projeta investir entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões em uma unidade em Lins (SP), que terá capacidade para 100 milhões de litros por ano. A Barrálcool está aplicando R$ 25 milhões em uma unidade em Barra dos Bugres (MT), que entra em operação em agosto e terá capacidade para 57 milhões de litros por ano.

Até agora, os Estados que mais recebem mais investimentos na instalação de usinas são a Bahia, com aporte próximo a R$ 280 milhões, e o Rio Grande do Sul, com investimentos já anunciados de R$ 160 milhões. São Paulo tem volume de projetos superior ao do Rio Grande do Sul, mas não existem dados de investimento no Estado nessa área.

A Bahia tem concentrado mais investimentos por ser o maior Estado produtor de mamona e pela oferta disponível de soja, algodão e palma. Outro fator que favorece o Estado é a possibilidade de escoar parte da produção para o Sudeste, devido à sua proximidade.

Além da mamona, produtores baianos apostam no girassol. "Ainda estamos estudando que variedades se adaptam melhor à região", afirma o produtor Sérgio Pitt, que planta 9 hectares da cultura em Luís Eduardo Magalhães. A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) pesquisa desde 2005 o pinhão-manso como alternativa para biodiesel. No mundo, a matéria-prima é utilizada na produção de biodiesel em países como Índia e Tailândia.
(Valor Online, 09/05/06)

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