Grupo faz campanha contra abate dos animais no Oriente Médio
2006-05-09
Um grupo de defesa dos direitos dos animais lançou nesta segunda-feira (08/05) uma campanha sem precedente no
Oriente Médio para acabar com as importações de animais em pé procedentes da Austrália, depois de denunciar as
condições de abate no Egito e em diversos países do Golfo. Este grupo, Peta - People for the Ethical Treatment of
Animals, ficou famoso por seus ataques contra as celebridades que usam casacos de pele ou fazem a promoção
desses produtos.
Segundo um de seus representantes, o grupo pretende viajar ao Kuwait na próxima semana e quer também visitar o
Egito e o Qatar para obter o fim das importações de animais em pé em procedência da Austrália, um comércio lucrativo
e controvertido que movimenta centenas de milhões de dólares. "Pedimos às pessoas no Oriente Médio que deixem de
comprar carneiros da Austrália", declarou Andrew Butler, um representante de Peta.
Durante uma entrevista coletiva, o grupo Peta mostrou vídeos filmados clandestinamente por ativistas em Bahrein,
Egito, Kuwait, Omã e Catar. Esses vídeos apresentam bovinos e carneiros espancados, com o olho furado e degolados,
segundo Peta, de uma forma em desacordo com as normas de abate halal (autorizado pelo Islã).
"Carneiros australianos e bovinos enviados ao Oriente Médio sofreram atrocidades piores que seus piores pesadelos",
afirma a legenda de um vídeo rodado, segundo o grupo, no abatedouro Bassatin, no Cairo. O vídeo mostra um
matadouro sujo com o chão coberto de sangue, onde homens perseguem os bovinos, cortando os tendões de suas
patas a golpes de faca e batendo na cabeça dos animais com barras de ferro até que eles desmaiem.
Butler informou que ativistas de Peta pretendiam se apresentar aos ministérios da Agricultura dos países da região,
inclusive da Jordânia, o maior importador de carneiros da Austrália depois da Arábia Saudita, para entregar as
conclusões de sua investigação.
(Terra, 08/05/06)
http://www.ambientebrasil.com.br/rss/ler.php?id=24583