Gerdau começa a plantar eucalipto no Piauí
gerdau
2006-05-09
Ações como a formação de parcerias e plantio de centenas de hectares com
eucalipto pela empresa Gerdau evidenciam o avanço do Programa de
Desenvolvimento Florestal do Piauí. Segundo informações do gerente de Projetos
Estratégicos do Governo, Jorge Lopes, o programa vai suprir o déficit de
madeira como matriz energética e ajudar a evitar o apagão florestal, previsto
para 2020.
Parcerias foram consolidadas com a Universidade Federal do Piauí e com a
Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba
(Codevasf), que aplica recursos no aparelhamento de laboratórios afins e
implanta viveiros, além de estar plantando 50 hectares.
Outra ação em andamento é um convênio com a empresa Piauí Flora para o plantio
de 300 hectares entre Teresina e Palmeirais e promoção de pequenos produtores
para que seja iniciada uma nova vocação no Piauí.
Também começa a ser plantada área de 100 hectares, através do grupo empresarial
Ouro Branco, que também desenvolve estrutura para plantio de mudas. Jorge Lopes
disse que outra ação é o começo do plantio, pela empresa Gerdau, em Amarante e
Regeneração, de mil hectares de eucalipto.
Ainda está sendo feito recadastramento de 270 mil hectares com fichas técnicas
do solo, benfeitorias e custos. Uma vez coligidos, os dados serão apresentados
a investidores. Finalmente, convênio firmado com o Ministério do Desenvolvimento
Agrário deverá regularizar terras em 18 municípios piauienses na região central
do Estado.
Escritório na Codevasf
Jorge Lopes disse que o programa já tem uma sala na sede da Codevasf, em
Teresina, com uma equipe de técnicos e engenheiros florestais, aptos a repassar
dados a empreendedores que se interessarem por um plano de negócios para o
projeto florestal do Piauí.
Ele disse que o Programa de Desenvolvimento Florestal piauiense começou a ser
gestado após alertas relativos ao apagão florestal. Ainda hoje se admite essa
possibilidade, prevista para 2020, devido ao déficit de 600 mil hectares de
florestas ao ano. Atualmente, o país só planta entre 170 e 200 mil hectares de
florestas, cerca de um terço do que é desmatado para suprir a demanda energética
e das indústrias de móveis, papel e celulose.
Demanda crescente de papel e celulose
Além disso, o Piauí possui um parque de 85 indústrias de cerâmicas que consomem
lenha como matriz energética. Essas indústrias consomem mais de 1 milhão de
metros cúbicos de madeira ao ano. Há ainda de se considerar as necessidades dos
mercados vizinhos, das siderúrgicas e da crescente demanda de papel e celulose.
Com base nisso, o Governo do Piauí, agindo em parceria com o setor privado, do
Paraná, elaborou o Programa de Desenvolvimento Florestal, que vai suprir a
lacuna do déficit e evitar o apagão florestal.
Ele disse que o primeiro passo foi a elaboração do mapeamento de todas as
terras piauienses aptas ao plantio de eucalipto, chegando-se a uma área no Sul
do Estado, com 1,7 milhão de hectares e outra abrangendo as regiões Centro e
Norte, com 2 milhões de hectares. A cultura de eucalipto deverá ser consorciada
com culturas regionais.
Experiência da Bunge
O Piauí já tinha a experiência da empresa Bunge, que cultiva 5 mil hectares no
Sul do Piauí. Além disso, o Estado possui um grande inventário florestal, na
expectativa de produzir 40 metros cúbicos de madeira ao ano, além de ter sido
constatado potencial para produção ainda maior.
O Governo do Estado lançou o programa, em reunião em Brasília, com
representantes do BIRD e executivos do banco em Washington, levando em conta
que o setor de papel e celulose desperta atenção de grandes investidores.
Lançamento do programa também foi feito em São Paulo, na sede da Federação das
Indústrias do Estado (Fiesp) com a presença dos maiores executivos na área de
papel e celulose, carvão e madeiras para a indústria de móveis. Posteriormente,
o programa piauiense foi lançado no Piauí.
(Governo do Piauí, 08/05/06)
http://www.pi.gov.br/materia.php?id=18830