A nascente do rio dos Queimados, em Concórdia, no Meio-oeste, ganhará a partir de hoje (9) uma proteção especial. A Associação Italiana-Vêneta de Concórdia, Escola Agrotécnica Federal de Concórdia, Ministério Público e Polícia Ambiental vão plantar árvores nativas para repor a mata ciliar do rio da nascente até a comunidade rural de São José, cinco quilômetros antes da cidade de Concórdia. O Projeto Reposição da Mata Ciliar tem como principal intenção recuperar parte da vazão do rio, que deságua no lago da hidrelétrica de Itá.

O rio dos Queimados é o principal responsável pela construção da cidade de Concórdia no local em que ela cresceu. O agrimensor Victor Korudz, que nos anos 20 dividiu as terras da então Colônia Concórdia, havia projetado a cidade na área em que hoje se encontra o distrito de Santo Antônio. Só que os primeiros moradores preferiram erguer suas casas ao longo do rio dos Queimados, que oferecia maior quantidade de água do que o rio Fragosos.

Com o passar do tempo, o crescimento da cidade custou a saúde do rio dos Queimados. A poluição industrial, o esgoto das residências e a construção de casas e edifícios transformaram o Queimados em um canal para escoar a sujeira da cidade. Nos últimos dez anos, muito se falou sobre a recuperação do Queimados, mas a situação do rio pouco mudou.

Segundo a presidente da Associação Italiana-Vêneta, Elena Zucchi Gorlin, restaurar a nascente é a melhor forma de realmente colocar em prática um projeto que devolva parte da condição ambiental do Queimados. A mata ciliar é básica para a preservação de qualquer rio. As árvores evitam a erosão e ajudam a conservar o nível de água.
(A Notícia, 09/05/06)