PARTIDO VERDE PERDE PODER NA ALEMANHA
2001-10-01
O envolvimento da Alemanha nas questões militares norte-americanas poderá enfraquecer a coalizão do Partido Social Democrata (PSD) do chanceler Gerhard Schroeder (vermelho) com o Partido verde. As eleições parlamentares em Berlim serão realizadas no próximo dia 21, e os verdes estão sendo vistos como apáticos a respeito do apoio da Alemanha a política anti-terrorista dos Estados Unidos. Existe um clima de recuo em termos de apoio à coalizão em Berlim e em Hamburgo, onde os verdes perderam há duas semanas. Atualmente, segundo analistas, Schroeder e os verdes têm 37% de preferência, disputando palmo a palmo com a oposição conservadora, o Partido Democrata Cristão (PCD). A configuração política atual é importante para esboçar como serão as eleições gerais de setembro do ano que vem. Schroeder provavelmente manterá a coalizão para evitar uma turbulência, mas há comentários de que ele estaria flertando com a corrente liberal do Partido Democrata Livre (FDP). Essa legenda tem tirado a preferência do Partido Verde e aparece com 10% das intenções de voto. Schroeder, no mês passado, convidou o lider do FDP, Getulio Westerwellw, para um diálogo. Enquanto isto, os verdes têm sofrido perdas. Nas eleições de 1997, o Partido Verde havia perdido 5,4% dos votos em Hamburgo e, neste final de semana, perdeu 8,5%. O Partido Social Democrata ficou com 36,5% nessa cidade, enquanto o FDP ganhou 5,1%, o suficiente para conquistar suas primeiras cadeiras no conselho municipal por oito anos. Em duas regiões, os verdes votaram contra a liderança do partido para que as ações militares da Alemanha não sejam ordenadas, no sentido de ajuda aos Estados Unidos. De acordo com a Constituição alemã posterior à Segunda Guerra Mundial, para evitar a repetição do horror nazista, o parlamento é que deve aprovar ou não o envolvimento militar do país num conflito bélico. Analistas acreditam que, se o Partido Verde não der um suporte adequado ao chanceler Schroeder nesta questão, a coalizão vermelho-verde provavelmente será rompida. Mas o cientista político Berhard Wessels, da Universidade Livre de Berlim, acha que é pouco provavel que a coalizão se rompa porque, segundo ele, os Estados Unidos vão preferir o apoio militar da Inglaterra, que é mais flexível, ao da Alemanha.