Obra é pichada horas depois de restaurada em Porto Alegre
2006-05-08
Depois de passar por um processo de limpeza que durou dois dias, a Coluna
Israelita não permaneceu nem 24 horas livre de pichações. Entregue revitalizada
às 16h de sexta-feira (05/05), amanheceu suja novamente no sábado (06/05).
Nem a restauradora Alice Prati, diretora técnica do projeto SOS Monumento, que
revitalizará 12 monumentos da Capital, esperava que a degradação viesse tão
rapidamente. A esperança era de que a coluna, ao lado do Instituto de Educação,
no Parque Farroupilha (Redenção), permanecesse intacta pelo menos até hoje
(08/05) conforme expectativa criada na sexta-feira durante a limpeza do
patrimônio. Com peças de bronze, o monumento é feito em granito róseo.
- Para nós, é uma sensação de impotência. Vamos ter de limpar de novo,
provavelmente na quinta-feira (11/05) - disse Alice.
Pesquisa recuperará história das obras
O custo para remover uma pichação como a que foi feita no monumento é de pelo
menos R$ 800, apenas em produtos químicos. Além da falta de segurança e de
denúncias da população, Alice aponta que monumentos raros poderiam ser
protegidos por grades.
Antes de ser recuperada, a Coluna Israelita - um presente da comunidade judaica
a Porto Alegre doado em 1935 pelos cem anos da Revolução Farroupilha - estava
suja por cinco tipos de tintas. A intervenção feita na sexta-feira foi a
primeira etapa do SOS Monumento.
O programa terá duração de dois anos, ao longo dos quais serão realizadas
pesquisas que vão desde o aspecto químico - como as técnicas para limpar as
pichações - até os aspectos pedagógico e histórico, que prevêem o resgate da
história das obras. Ao final do projeto, as informações serão reunidas em uma
publicação.
Para fins de estudo, os monumentos escolhidos apresentam características
distintas de materiais e localização. O custo total do programa é estimado em
R$ 300 mil.
Contraponto
O que diz Luiz Alberto Carvalho Junior, supervisor de Praças e Parques da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Segundo Carvalho Junior, o Disque-pichação deve começar a funcionar em junho. A
linha centralizará denúncias sobre atos de vandalismo. Outra medida será a
instalação de câmeras de vídeo nos monumentos, que serão monitoradas pela guarda
municipal. Já foram colocadas duas câmeras no Monumento ao Expedicionário,
mas ainda não entraram em funcionamento.
(ZH, 08/05/06)