Escola de Passo Fundo participa do projeto de florestamento com araucárias
2006-05-08
Enquanto o mundo sofre com a degradação da natureza, os alunos da Escola
Estadual Adelino Pereira Simões estão preocupados em reflorestar. Um gesto
pequeno, mas que pode significar o primeiro passo para um mundo melhor.
O projeto de reflorestamento com a plantação de araucárias, transformou a rotina
das crianças em atividade de ajuda ao planeta. Criado pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente, com o patrocínio da RGE Energia, o projeto visa, ao mesmo
tempo que ajudar o reflorestamento, desenvolver a consciência ecológica, de
cidadania e da importância dos vegetais para os seres humanos. “Nossa CRE foi
como que premiada dessa vez. Vieram as embalagens – caixinhas de papelão – com
as sementes de pinhão para repassarmos para as escolas. Entramos em contato com
as direções e estas conversaram com os professores que têm habilidade para
fazer este tipo de trabalho. Não precisa ser exatamente professor de ciência,
mas algum professor que goste disso”, explicou a bióloga da 7ª CRE, Neyla
Bortolon.
Na escola, foi a professora Rúbia Annes quem abraçou a causa. Professora da 4ª,
5ª e 6ª séries, Rúbia acredita que o aluno precisa muito mais que o conteúdo em
si. “É preciso sempre fazer aquilo que o aluno leve para a vida inteira. A
função da escola é essa: que eles levem a idéia de que a educação a gente pode
fazer em qualquer lugar, basta querer que as coisas aconteçam”, destaca. O
processo Separadas em caixinhas com 60 sementes cada uma, as escolas
interessadas no projeto podiam optar pelo número de plantas. A escola recebeu,
em torno de 200 sementes e, destas, 180 foram plantas. De todas,
aproximadamente 150 germinaram, mas algumas delas morreram. O número final é
de 55 mudas, em média, que serão plantadas em uma área ampla cedida pela AABB
de Passo Fundo, que fica na BR 285.
“Não se pode plantar em qualquer lugar uma árvore que vai ficar grande e ocupar
espaço porque depois terá que ser tirada. Deve ser uma área de reflorestamento”,
explica a bióloga Neyla Bortolon. A diretora da escola, Célia Moretti, afirma
que na próxima semana acontecerá o plantio na área definida. “Já entramos em
contato com o Diretor de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente,
Paulo Pinheiro, e ele colocou essa área a nossa disposição para irmos com os
alunos fazer o plantio. Todos vão participar do plantio e teremos um ônibus
gratuito para levar as crianças”, destaca a diretora.
Além da escola, participarão do plantio a 7ª CRE, a Promotoria Pública e a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O solo está sendo preparado pela
Secretaria do Meio Ambiente para receber as mudas. A importância: “A Secretaria
da Educação aceitou participar desse projeto porque sabe que só educando desde
criança pequena até adolescente é que vai poder mudar um pouco essa consciência
da importância do vegetal na vida dos humanos”, resumiu Neyla Bortolon.
Mas a importância do projeto é vista pelos próprios alunos que participaram do
plantio. Jeniffer Ritter da Silva, Luiz Augusto Galera, Larissa de Castro da Luz
e Andrieli Casagrande, todos alunos da 6ª série, participaram no ano passado
do projeto, e continuam empolgados. Eles afirmam que a importância do
reflorestamento vai além do aprendizado. Segundo eles, é uma maneira de ajudar
a natureza a se recompor. Além disso, mais tarde a árvore oferecerá alimento e
poderá ser um meio de do homem ter madeira para a construção de casas. “É muito
importante para a escola, para a comunidade e toda a cidade de Passo Fundo, o
exemplo que esses alunos estão nos dando pelo interesse que tiveram e o carinho
com que trabalharam com essas plantinhas”, declarou a diretora da escola,
Célia Moretti.
A professora Rúbia conta a reação das crianças quando viram o resultado positivo
do trabalho. “As primeiras mudinhas que começaram a brotar, parecia que essas
crianças tinham feito uma mágica. E eu também. Porque colocar uma sementinha e
ir olhar sempre na expectativa de começar a brotar, é de se apaixonar”, se
emociona. Escolas participantes Das 130 escolas da cidade e região, que
compreendem a 7ª CRE, a também bióloga Tânia Mara Zepka, acredita que 90% aderiu
ao projeto. Segundo ela, o grande problema foi com as escolas que não tinham
espaço físico para desenvolver o plantio. Por isso, os colégios dos municípios
do interior e os localizados na zona rural, formaram o maior número de
participantes. “Mandamos a correspondência para todas as escolas e elas entravam
em contato conosco dizendo o número de mudas que queriam”, conta. Ela destaca
que qualquer série da educação básica poderia participar do projeto.
(Diário da Manhã, 06/05/06)