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2006-05-08
O pólo de Pilar poderia assegurar a auto-suficiência na oferta do combustível para o Nordeste. O pólo de gás natural situado no município de Pilar, próximo à cidade de Maceió, poderia assegurar a auto-suficiência na oferta do combustível para toda a região Nordeste, considerando-se o atual perfil da demanda na área. A conclusão é dos técnicos que estudam a evolução do mercado nordestino e as potencialidades existentes nas reservas de Alagoas, que estão localizadas inclusive numa zona eqüidistante das existentes nos estados da Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte.

O gás natural existente nas jazidas do estado de Alagoas constitui um item importante na pauta da economia estadual. Atualmente são extraídos 3,25 milhões de metros cúbicos por dia do combustível na reserva de Pilar. Desse volume, 12% são consumidos em Alagoas e o restante (88%) destina-se aos estados de Pernambuco, Sergipe e Bahia, por meio do gasoduto próprio. O consumo de gás em Alagoas é de 438 mil metros cúbicos por dia.

O gás alagoano é extraído pela Petrobras e a empresa Algás distribui o produto para 174 pontos comerciais, 15 indústrias e 22 postos de combustível da capital e interior alagoano. O maior sucesso da política de expansão de gás natural em Alagoas fica por conta do número de unidades residenciais atendidas: 10,2 mil com a meta da Algás de alcançar 50 mil até o fim da década.

Faltam gasodutos

Os dirigentes da Algas assinalam, com base nos relatórios e prospecções técnicas, que o fornecimento de gás natural está longe de ser ameaçado no Nordeste e que a região se encontra em situação privilegiada, inclusive com capacidade de produção ociosa. Embora esteja em situação confortável, e sendo um potencial fornecedor para o Sudeste, o produto não tem como ser transportado por falta de um gasoduto para outras regiões do País.

A Algás, empresa de capital misto, controlada pelo governo do Estado, Petrobras e Gaspart, fechou 2005 com um faturamento de R$ 74 milhões, o que representou uma alta de 9% em comparação a 2004. Segundo o presidente da empresa, Gerson Fonseca, o faturamento só não foi maior por causa de uma mudança na legislação tributária estadual, que mudou o modelo de cobrança de ICMS. Descontando o ICMS, o faturamento da companhia cresceu 13%, alcançando R$ 69 milhões.

Os maiores clientes

A usina TermoPe, localizada no complexo industrial-portuário de Suape, litoral Sul, controlada pelo grupo Neoenergia, é a maior consumidora de gás natural de Pernambuco para a geração de energia elétrica, enquanto o maior consumo do combustível no estado é absorvido pelas indústrias de fertilizantes espalhadas no Grande Recife.

A termelétrica adquire gás extraído dos campos de Pilar, em Alagoas, e Guamaré, no Rio Grande do Norte, ambos pertencentes à Petrobras.

A usina tem capacidade de geração de 520 MW médios e um contrato com a Petrobras de fornecimento de 2,150 milhões metros cúbicos diários de gás. Mas esta cota hoje não está sendo totalmente atendida e a térmica só está recebendo atualmente 1,1 milhão de metros cúbicos para uma geração de 250 MW médios.

Bolívia não preocupa

Segundo a Algas, não há possibilidade de desabastecimento em Alagoas e no Nordeste caso seja interrompido o fornecimento da Bolívia para o País. "Não recebemos, nem exportamos gás, pois não há logística para isso". Porém, o diretor administrativo da Algás, Carlos Romeu Paes Leme, não descartou a possibilidade de um reajuste no preço, já que essa política é praticada pela Petrobras. (GM, 08/05/06)

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