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2006-05-08
Há dez anos, hipopótamos eram considerados animais a salvo da extinção. Existiam cerca de 160 mil na África e eles podiam ser facilmente avistados. Hoje, não é bem assim. Graças a guerras, desmatamentos e à caça, eles estão em risco. E o termômetro é a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas divulgada na semana passada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Trata-se do estudo mais completo sobre a situação da flora e fauna do planeta e é feito há mais de quatro décadas por um conjunto de pesquisadores espalhados pelos sete continentes e coordenados pela Species Survival Commission. Ao divulgar os dados deste ano, que não eram atualizados desde 2004, o alerta foi simples: a biodiversidade continua a sumir a uma velocidade assustadora. Ao todo, foram analisadas 40.117 espécies de plantas e animais e se concluiu que 16.119 estão em risco de extinção. Na verdade, 784 já sumiram e 1.541 estão criticamente ameaçadas de seguir o mesmo caminho.

O país que contêm o maior número de espécies a caminho da extinção é o Equador: 2,180. Sendo que 1,832 são plantas. Para se ter uma idéia do peso deste número, o segundo país que mais tem a sua flora ameaçada é a Malásia (688). No ranking geral, incluindo animais e plantas, o Brasil configura na sétima posição com 721 espécies correndo o risco de desaparecer. Bom, 11 já estão consideradas extintas. Ao todo, foram analisadas 3,946 espécies brasileiras para a elaboração da lista. E o país só é recordista no desaparecimento de aves, 124 espécies correm perigo em nosso território.

As tabelas com os resultados finais do levantamento estão disponíveis no site oficial da IUCN (www.iucn.org), que vale uma visita. Além dos dados completos, eles disponibilizaram fotos das espécies ameaçadas e exemplos ilustrados de animais que melhoraram ou pioraram de situação. Por exemplo, os simpáticos ursos polares que em 1996 foram classificados como correndo pouco risco e hoje já são considerados vulneráveis. Experiência parecida passou as araucárias existentes no sul do Brasil, que pularam de espécie vulnerável para criticamente ameaçada. Mas há boas notícias. Na lista de 2006, 139 espécies mudaram de classificação, para melhor. Bem, 172 mudaram para pior. Já o número de espécies consideradas extintas foi equivalente ao número que saiu desta mesma lista negra.

Mas para quem quiser saber um pouco mais sobre esses animais e não apenas ficar nas estatíticas, a dica é entrar na seção Perfis em Vermelho, criada pela IUCN. Eles selecionaram alguns animais e plantas, ameaçados por diferentes razões – poluição, caça, desmatamento, espécies invasoras – e contaram tudo sobre eles. É válido lembrar que 99% dos animais e plantas que constam da lista estão lá por culpa do homem.
(Carolina Elia, O Eco, 04/05/06)
Leia texto original aqui

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