Cerca de 8 mil alunos matriculados em 13 escolas da rede estadual de ensino, localizadas no Oeste do Estado, vão encontrar mudanças significativas no cardápio da merenda escolar nos próximos dias. A Secretaria de Desenvolvimento Regional de Chapecó lançou, quinta-feira (5), o programa "Sabor e Saber" de merenda orgânica, que, a princípio, será desenvolvido em 12 escolas de Chapecó e uma de Guatambu.

De acordo com Maria Letícia Baldin, gerente regional de Educação, Ciência e Tecnologia, a comida orgânica foi incluída na merenda com o objetivo de fortalecer a nutrir o aluno. "Além disso, é uma excelente oportunidade de desenvolver hábitos saudáveis de alimentação em nossos estudantes", explicou. Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Plínio Dallacorte, também serve para valorizar os alimentos produzidos na região e resgatar a identidade cultural alimentar.

O projeto de alimentação escolar orgânica incentiva o consumo de alimentos agroecológicos e contribui para a formação de consciência ecológica. Cada escola integrada ao programa receberá R$ 50,7 mil por ano, divididos em quatro parcelas para adquirir os produtos. A compra é efetuada diretamente do produtor, que precisa ter selo de produção com mais de cinco anos e deve produzir alimentos sem agrotóxico.

Para o agricultor Néri Vaccari, morador da comunidade de Linha Simonetto, interior de Chapecó, o programa é uma ótima oportunidade de valorização da produção local e uma oportunidade de fortalecer a renda dos pequenos produtores. "Ainda não sei exatamente quanto minha renda vai crescer a partir do momento que começar a entregar o produto para as escolas. Mas fico feliz em poder participar do programa", disse ele, que vai fornecer diversos tipos de hortaliças.

Aprovada nova alimentação
Na SDR Chapecó, cerca de 20 produtores já entregam alimentos às escolas. As estudantes Tatiane Pacheco e Naraina Povenschulte, ambas com 13 anos, aprovaram a iniciativa. "É muito mais gostoso que o lanche normal de escola. Tenho certeza que isso fará uma enorme diferença, principalmente, para aqueles estudantes carentes que buscam na escola a principal fonte de alimentação do dia", disse Tatiane.

A integradora de nutrição escolar da SDR Chapecó, Ilva Lorache, explica que as escolas podem adquirir, por exemplo, carne bovina, de aves, suína e derivados, peixes, farinhas, pães, frutas, hortaliças, açúcares, legumes, chás, tubérculos, queijos, doces entre outras variedades.
(A Notícia, 06/05/06)