Produção florestal atrai investidores em Panambi
2006-05-08
A visita de grupo de empresários de Panambi, município do Planalto Médio Gaúcho, recebida pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), retrata tendência crescente, o interesse pela cultura florestal e pela atividade de reflorestamento não está mais restrito aos produtores rurais. Empresários e profissionais de outras áreas vêem no cultivo de florestas um plano de capitalização e de poupança a longo prazo, com vistas a garantir futuro mais seguro.
Em busca do know how de mais 20 anos na área florestal adquirido pela cinqüentenária Afubra, os empresários da área de telefonia Giovani Franco, 39 anos, e Jerry Joris, 36, além de Amauri Bauer, 37, do ramo de informática e de Valdecir Batisti, 39, que trabalha com assessoria empresarial, foram recebidos pelo engenheiro florestal da entidade, Jorge Antônio de Farias.
Na Estação Experimental, em Rincão del Rey, Rio Pardo, a conversa do grupo girou sobre o panorama da situação florestal no Rio Grande do Sul e também no Brasil, já que o setor participa com 4% no PIB nacional e proporciona faturamento de 21 bilhões de dólares, segundo dados da Emater/RS.
“Com um hectare bem conduzido já é possível ganhar dinheiro com a atividade”, garantiu Farias. “Não é à toa que vem se associando a atividade florestal à aposentadoria”, completou o engenheiro florestal, ao explanar sobre o plantio de florestas, principalmente eucalipto, e o aproveitamento estratégico de áreas de terras ociosas.
Segundo ele, o retorno financeiro começa a partir do sexto ano após o plantio, quando a finalidade é a produção de lenha, ou a partir de 12 ou 15 anos, quando a plantação é destinada às serrarias. “É um mercado que dá sinais de superaquecimento”, frisou.
O ponto de partida para ter êxito na atividade, salienta, “é um bom projeto técnico e mudas de qualidade”. “Hoje é possível conciliar a atividade florestal com outra profissão, graças à vasta tecnologia existente na área e às empresas especializadas que desenvolvem todo o trabalho, desde o plantio, controle de formigas, condução e manejo da floresta, até a colheita”, ilustrou.
Além do viveiro de mudas e da floresta plantada, na Estação experimental, os visitantes também conheceram a Casa de Eucalipto, uma construção toda feita da madeira reflorestada.
“Estamos vendo na prática as várias etapas e utilizações do eucalipto”, destacou Jerry Joris. “Mas já temos a certeza de que a atividade florestal é rentável e possibilita um uso diversificado”, acrescentou Giovani Franco. “E, na fase em que estamos, temos condições de esperar o prazo hábil em que a cultura passará a dar o retorno financeiro, certo e garantido”, completou o jovem empresário.
(Diário Popular, 08/05/06)