Começa nova contra-ofensiva às pichações
2006-05-05
Uma iniciativa que pretende livrar parte de Porto Alegre das marcas do
desrespeito ao patrimônio público cultural começou a ser executada ontem (04/05).
Na Coluna Israelita, ao lado do Instituto de Educação, na Avenida Osvaldo
Aranha, uma equipe de 14 profissionais deu início a um trabalho de remoção de
tinta e recuperação da obra erguida em 1935. A intervenção é a primeira etapa
do Projeto SOS Monumento, que pretende revitalizar 12 pontos pichados da
cidade.
O programa terá duração de dois anos, ao longo dos quais serão realizadas
pesquisas que vão desde o aspecto químico - como as técnicas para limpar as
pichações - até os aspcetos pedagógico e histórico, que prevêem o resgate da
história das obras. Ao final, as informações serão reunidas em uma publicação.
Para fins de estudo, os monumentos escolhidos apresentam características
distintas de materiais e localização.
A idéia do projeto partiu do Atelier Alice Prati - especializado na restauração
de bens culturais -, com apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam)
e das empresas Ferramentas Gerais, Kärcher e Fosroc, que fornecem suporte
técnico e equipamentos para a higienização.
O custo total do programa - bancado pelas empresas - é estimado em R$ 300 mil.
Remover a imundície deixada pelo vandalismo não é tarefa fácil. Essa primeira
obra - doada pela comunidade israelita à cidade -, por exemplo, está suja com
cinco tipos diferentes de tinta. É preciso utilizar um removedor específico
para cada tinta, além de sabões especiais e um jato de água de alta pressão. A
luta contra os pichadores é ingrata, e Alice Prati tem consciência disso:
- Se o monumento ainda estiver livre da pichação na segunda-feira, será uma
vitória. Queremos conscientizar a população da importância de preservar esse
patrimônio.
Dentro do SOS Monumento está prevista, em um segundo momento, a instalação de
câmeras de vídeo que vigiarão os locais limpos. Essas imagens poderão ser
conferidas em um site do projeto.
Na tentativa de impor um tratamento mais rigoroso aos vândalos, o titular da
Smam, Beto Moesch, explica que foi estabelecido um acordo com os órgãos de
segurança para que cada caso de pichação seja investigado.
(ZH, 05/05/06)