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2006-05-05
Por Arno Kayser *
Privadas do lucrativo mercado das guerras as companhias fabricantes passaram a adapta-los para outros usos. Deste esforço surgiram todos os agrotóxicos conhecidos.

Inicialmente foram vendidos como panacéia contra pragas agrícolas e vetores de moléstias. Logo se revelaram potentes contaminantes ambientais capazes de atingir até os seres humanos. Embora quem os produz e vende neguem os agrotóxicos então entre as causas de cânceres, deformações genéticas, intoxicações crônicas e até suicídios. Isto sem falar na produção de desequilíbrios ambientais, contaminação de águas, aumento da resistência de pragas e invasoras.

Atualmente os herbicidas, agrotóxicos que matam plantas, figuram entre os mais vendidos. Com o advento dos transgênicos que a eles resistem suas vendas dispararam.

Não contentes com este mercado fantástico no campo as empresas agora querem vender seus produtos para uso nas cidades. Aqui no Rio Grande do Sul a portaria 16/94 da Secretaria da Saúde impedia o uso de herbicida em áreas urbanas na chamada “capina química”. Mas já de uns tempos algumas prefeituras, apoiadas pela FAMURS - Federação das Associações de Municípios - , vêm tentando liberar esta prática nas zonas urbanas. Tanto que pediram, ao CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente, uma revisão da portaria 16/94.

Ao longo de mais de dois anos está proposta foi combatida, dentro da Câmara Técnica de Biodiversidade, por este técnico da FEPAM e seus colegas. FEPAM, AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - e Ministério Público apresentaram pareceres técnicos contra a proposta. A FAMURS apresentou um favorável elaborado por uma empresa de consultoria que atua na área de capina química. Mesmo assim, com votos da FARSUL - Federação da Agricultura do Estado, FETAG - Federação dos Trabalhadores na Arquitetura, , FAMURS, FIERGS - Federação das Indústrias do RS, Sociedade de Engenharia do RS, e Centro de Biotecnologia da UFRGS, a proposta a favor da capina química foi enviada ao plenário do CONSEMA.

Lá se aproveitando de um protesto das entidades ecológicas que saíram do plenário por outros motivos, o presidente do CONSEMA, que é representante da FAMURS, pôs a questão em votação. Os mesmos votos acima, mais vários representantes do Governo Estadual, aprovaram a liberação da capina química sujeitas a um parecer da ANVISA. A FEPAM votou contrariamente com a Secretária de Saúde e IBAMA. (O triste para Novo Hamburgo é que o presidente do CONSEMA é funcionário da nossa prefeitura municipal)

Nossa esperança é que o Conselho Estadual de Saúde proíba a prática e que a ANVISA também se volte contra. Não há produtos autorizados para uso em cidades. Os defensores do uso de veneno nas ruas indicam o glifosato e o imazapyr como princípios ativos adequados para a capina química em zonas urbanas. O primeiro é lesivo é a plantas, peixes e animais aquáticos. Também pode gera câncer linfático em humanos. O segundo é um herbicida que mata todo tipo de plantas e pode causar danos aos olhos das pessoas. Ambos coisa fina.

Num país, com tanta gente sem trabalho não é admissível o uso de venenos nas ruas para remover vegetação. Ainda mais sabendo que o uso de herbicidas é “tão seguro” que especialistas recomendam uma interdição de acesso humano de, no mínimo, 72 horas. Imaginem numa cidade manter as pessoas longe de suas casas por este tempo! É impraticável. E o que fazer com as crianças na hora de uma aplicação? Prendê-las para que não corram atrás dos aplicadores?

Mais uma vez a cidadania vai ter que agir. Vamos ter que pressionar para que este caso não avance. Nem que seja apelando para que os prefeitos não permitam que a capina química ocorra nas nossas cidades.
* Arno Kayser é ambientalista gaúcho
(Ecoagência, 03/05/06)
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1587&Itemid=2

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