Representantes da Petrobras e do Itamaraty farão parte da missão que o governo brasileiro enviará na próxima semana a La Paz para dar início às negociações com o governo boliviano. De acordo com fontes do Executivo, eles vão tratar dos detalhes do encontro ocorrido ontem entre os presidentes Lula, Evo Morales, da Bolívia, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela. Os pontos a serem negociados pela missão deverão ser discutidos na próxima segunda-feira, em reunião da coordenação política.

O presidente Lula afirmou ontem, ao sair do Iguazú Grand Hotel, na Argentina, que existe um calendário definido para as negociações entre a Petrobras e o governo Morales. Ele informou que qualquer aumento de preços do gás será acordado entre os dois governantes. No entanto, não comentou se há algum limite estabelecido para o valor do produto. "Não começamos a discutir ainda", frisou. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, as negociações começarão em breve.

Na prática, o encontro entre os quatro presidentes não chegou à qualquer conclusão sobre o preço do gás. Ao final da reunião, Lula declarou que Brasil e Bolívia discutirão as pendências bilateralmente e que o abastecimento está garantido. Ele enfatizou que caberá somente a Petrobras decidir a questão dos investimentos. Na última quarta-feira, a companhia anunciou que deixará de investir na Bolívia por causa da nacionalização das operações de gás e petróleo. Morales reagiu e, por meio de nota, acusou a estatal de estar fazendo chantagem. Para Lula, o encontro consolidou a posição dos presidentes de buscar a integração. “Queremos dizer ao mundo que somos adultos e responsáveis. Queremos dar uma chance à América do Sul, com economia forte.” (CP, 5/5)