Policia Militar entra em combate a queimadas ilegais no Mato Grosso
2006-05-05
A partir deste ano, a Polícia Militar prenderá quem fizer queimadas
ilegais. Receberá voz de prisão o produtor que for abordado por policiais
e não apresentar a autorização ambiental de queima ou usar o fogo para
limpeza de suas terras no período proibitivo, de 15 de julho a 15 de
setembro.
Essa é uma decisão do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, que ontem à
tarde reuniu-se para discutir e começar a traçar o plano de prevenção e
combate a incêndios de 2006. Nessa primeira reunião do ano, o comitê
levantou os principais problemas que há décadas mantêm Mato Grosso como
campeão brasileiro em número de focos de calor.
Entre as questões que mais preocupam, diz o secretário estadual de Meio
Ambiente e presidente do comitê, Marcos Henrique Machado, estão as
queimadas nos assentamentos rurais, restos de pastagens e na cultura de
cana de açúcar.
De acordo com Marcos Machado, a polícia já dispõe de recursos legais
para efetuar prisões no caso de queimadas ilegais. “Pela lei é crime
fazer queima sem licença ou nos meses proibidos”, justificou o secretário.
Machado anunciou que na reunião do comitê, da qual participaram o
comandante da PM, coronel Leovaldo Sales, e o diretor da Polícia Judiciária,
Romel Luiz dos Santos, ficou definido que as duas organizações
policiais vão produzir boletins informando todas as unidades o período em que
as queimadas ficam proibidas, a lei que deve ser empregada e o poder de
prender quem contrariar a legislação.
O secretário de Meio Ambiente lembra que é meta do governo do Estado a
redução do número de focos de calor. “Essa meta é um dos itens da pauta
positiva que assinamos com o Ministério do Meio Ambiente”, explicou.
Ontem praticamente todos os representantes dos órgãos estaduais que
compõem o Comitê deixaram a Sema com tarefas e prazos de apresentação
definidos.
A Empaer, por exemplo, terá de apresentar na próxima reunião, marcada
para o dia 31 deste mês, alternativas para substituição do fogo nos
assentamentos. Já o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), um plano de
atuação junto ao setor agropecuário para ser executado especialmente
durante as campanhas de vacinação contra a aftosa.
Essa primeira reunião, segundo Marcos Machado, foi para definir uma
uniformidade de entendimento sobre a gestão do fogo no estado. No próximo
encontro deliberará sobre o que discutiu ontem, com exceção da atuação
policial porque já está prevista em lei.
(Diário de Cuiabá,
04/05/06)