Detectada contaminação por ácido clorídrico em rio catarinense
2006-05-05
Primeiro a suspeita, depois a confirmação. Ácido clorídrico está sendo
despejado no rio Tubarão. A constatação é da Águas de Tubarão, que
gerencia o abastecimento e tratamento de água na cidade. Segundo Afonso
Furghestti, gestor da Águas de Tubarão, não existe risco de contaminação
do líquido que chega às torneiras da população.
O ácido clorídrico foi detectado na semana passada, em análise
periódica. "Iniciamos essas coletas no mês passado, em vários pontos, não só
dentro de Tubarão. Vamos realizar esse acompanhamento uma vez por mês",
afirma Furghestti. Coletas no centro da cidade, junto à avenida Lauro
Muller, ao lado do rio, também estão sendo realizadas.
Para a Águas de Tubarão, é difícil identificar a origem da poluição.
"Pode vir por um dos braços do rio", explica o gestor. A utilização do
ácido clorídrico é vasta: de metalúrgicas a produtos de limpeza.
"Avisamos os órgãos ambientais competentes para que tomem providências. Os
responsáveis precisam ser autuados. Uma substância como essa pode trazer
muitos prejuízos à saúde", prossegue o gestor. O ácido clorídrico está
presente também no estômago humano - auxilia na digestão. Também está na
fórmula de muitos refrigerantes. O excesso pode provocar gastrite e
úlcera, especialmente. É um líquido ligeiramente amarelo, com odor forte e
irritante. Também conhecido como ácido muriático, é produzido pela
queima dos gases cloro e hidrogênio seguida de absorção em água.
Distribuição - Segundo Furghestti, está descartada a contaminação da
água distribuída à população. "O ácido foi detectado cerca de 25
quilômetros abaixo do ponto de captação", informa. A presença de agentes
poluentes no rio, além de agredir o ecossistema, traz prejuízos para o
consórcio Águas de Tubarão. Quanto mais poluentes, maior o custo para
tratamento do líquido.
(A Notícia, 05/05/06)