Nasa prevê temporada de furacões mais amena em 2006
2006-05-05
O fenômeno climático conhecido como La Niña não terá efeitos, neste ano, sobre a temporada de furacões que se formam no Oceano Atlântico, e que será muito mais moderada do que no ano passado, asseguraram nesta quinta-feira (04/05) oceanógrafos da Nasa. A temporada de furacões do ano passado foi particularmente intensa e um deles, o Katrina, arrasou, no final de agosto, os Estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, depois de ter passado pela Flórida.
Esse furacão, de categoria 5, causou a morte de mais de 1.300 pessoas e rompeu os diques de contenção da cidade de New Orleans, que ficou 80% inundada. Quatro semanas depois surgiu o furacão Rita, que também se abateu sobre a mesma região e ainda sobre o Texas. Segundo um comunicado da agência espacial dos Estados Unidos, a ausência prevista do fenômeno climático "é uma boa notícia, porque o La Niña tende normalmente a aumentar a atividade dos furacões no Atlântico e a reduzi-la no Pacífico".
David Adamec, oceanógrafo do Centro Goddard de Vôos Espaciais da Nasa, disse que as temperaturas registradas em abril eram normais, e que as da superfície marinha não haviam influído para que a atmosfera respondesse "como faz o La Niña". Segundo ele, para que o La Niña tenha um verdadeiro efeito na temporada de furacões, teria que se manifestar durante um tempo maior, especialmente na temporada de agosto e setembro, quando ocorre o nascimento da maior parte dos furacões do Atlântico.
Ainda que o La Niña apareça no Pacífico (como o fenômeno El Niño, que se manifesta no final do ano), sua aparição influi na situação meteorológica do Atlântico, devido às modificações do vento. Suas temperaturas, ventos e precipitações são vigiados de perto pelo Centro de Previsões Climáticas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Segundo o último relatório da NOAA, as temperaturas marinhas superficiais estão aumentando de maneira normal.
Os cientistas acreditam, porém, que ainda que o La Niña não seja um fator, o número de furacões este ano será maior que a média. O comunicado da Nasa indicou que isso se deve a outras condições ambientais, como as vigentes no Triângulo das Bermudas e temperaturas mais elevadas nas águas do Golfo do México.
(EFE, 04/05/06)
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