Ongs de todo o país debatem impacto ambiental de projeto no Rio Madeira
2006-05-05
Representantes de organizações não-governamentais de todo o país se
reúnem hoje na capital de Rondônia para discutir os impactos ambiental e
social causados pela construção das usinas hidrelétricas de Santo
Antonio e Jirau, no Rio Madeira.
O Complexo do Rio Madeira, em Rondônia, envolve também a implantação de
uma hidrovia para o transporte de carga e de soja pelo Oceano Pacífico,
passando pela Bolívia e pelo Peru.
O encontro das ongs e de movimentos sociais será aberto com o
lançamento de um documento pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
mostrando a preocupação com o impacto social do projeto.
O encontro termina no sábado e, até lá, estão previstas várias
palestras. Na tarde de ontem os movimentos sociais promovem uma barqueata no
Rio Madeira.
Lançado pelo governo federal em junho do ano passado, o projeto ainda
não começou a ser desenvolvido porque não conseguiu o licenciamento
ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recrusos Naturais
Renováveis (Ibama).
A sociedade civil tem se mobilizado por causa do impacto que o projeto
deve provocar no meio ambiente, como o alagamento de uma extensa área
onde mais de 2 mil pessoas vivem da pesca às margens do Rio Madeira.
A construção das duas usinas está orçada em R$ 20 bilhões. Juntas, as
obras vão gerar 6.450 Megawatts, mais de metade da energia produzida
pela Hidrelétrica de Itaipu.
De acordo com a assessoria de imprensas do Ibama, continua sendo
analisada a complementação dos estudos ambientais solicitadas a Furnas
Centrais Elétricas, uma das responsáveis pelo projeto, e que ainda não há
previsão para o término da avaliação.
(Radiobras, 04/05/06)