A direção da Corsan autorizou, após reunião realizada ontem em Porto Alegre, a realização de um plano de ações para garantir o abastecimento de água em Santa Maria. Na avaliação do diretor-presidente Telmo Kirst e de técnicos da companhia, o sistema pode continuar funcionando nas condições atuais, apesar da estiagem, com a adoção de medidas operacionais, postergando a possibilidade de rodízio no abastecimento.

Segundo Kirst, os estudos realizados pela Corsan apontam ações de curto, médio e longo prazos. De imediato, serão liberados cerca de R$ 120 mil para a instalação de dois novos grupos emergenciais de 300 e 200 KVA, que trabalharão em conjunto. Os dispositivos proporcionarão um aumento na vazão de mais 110 litros por segundo a partir da captação no Rio Ibicuí-Mirim, que responde por 60% do abastecimento do município.

O presidente da Corsan também ressaltou que haverá mais equipes de rede para controlar as perdas de água, agilizando o conserto de vazamentos e evitando os desperdícios. A empresa tem medido diariamente os níveis das barragens da cidade, que se encontram em estado crítico. A Barragem do DNOS, localizada no Campestre do Menino Deus, está 7,5 metros abaixo do vertedouro. "A média histórica de chuvas dos últimos 30 anos no mês de abril é de 167mm. Neste ano, foram só 68mm, o que agravou ainda mais o quadro", disse o diretor de Operações, Jorge Accorsi.

A médio prazo, a Corsan prevê a implantação de uma nova estação de bombeamento junto ao Rio Ibicuí-Mirim, incluída na proposta de ampliação do projeto de produção da estatal. A medida aumentará a vazão de 420 para 550 litros por segundo, reduzindo a dependência do manancial do Vacacaí-Mirim, na Barragem do DNOS.

Kirst recebeu a determinação do governador Germano Rigotto de realizar as obras necessárias em Santa Maria e também procurar encontrar uma solução que atenda a futura demanda da cidade, prevendo o crescimento urbano. A longo prazo, deve ser implantada uma nova adutora de 800mm, numa extensão de 20 quilômetros, que vai se incorporar às três existentes e que interligam a Barragem de Val de Serra 9, na divisa com Júlio de Castilhos, à Estação de Tratamento de Água. O presidente da Corsan afirmou que a estação terá a produção ampliada de 850 litros por segundo para 1.200 litros por segundo, diante de um de investimento na ordem de R$ 30 milhões.
(CP, 04/05/06)