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2006-05-04
Vinte anos depois do acidente nuclear de Chernobyl, o mais grave na história da energia atômica, governos, instituições internacionais, cientistas e ambientalistas continuam discutindo sobre as verdadeiras conseqüências da catástrofe sobre a saúde humana. No dia 26 de abril de 1986, uma série de incêndios e explosões nessa central de energia ucraniana fez com que material radioativo se espalhasse sobre a Europa oriental e ocidental, especialmente na própria Ucrânia, Bielorússia e Rússia, na época repúblicas soviéticas.

Um estudo da organização ecológica Greenpeace afirma que, só em três países, entre 1986 e 2056, o acidente terá causado a morte de mais de 93 mil pessoas por câncer de tireóide, leucemia, doenças respiratórias e hematológicas. O balanço do Greenpeace se baseia em análises de cientistas das três nações e contradiz o relatório oficial da Organização Mundial da Saúde e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), divulgado em setembro, que situa em apenas 56 os mortos até agora em virtude do acidente e estima que falecerão apenas mais quatro mil pessoas. Investigações de outros cientistas europeus também sugerem que o relatório da OMS-AIEA minimiza o número de vítimas.

É o caso de Elizabeth Cardis, radiologista da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer, com sede em Lyon, na França, e co-autora de um dos mais recentes estudos sobre o tema, que será publicado em junho. “Até 2065 haverá cerca de 41 mil casos de câncer na Europa ocidental atribuíveis a Chernobyl. Destes, 16 mil serão mortais”, assegurou Cardis ao Terramérica. A cientista explicou que estas estimativas estão baseadas em análises estatísticas do número de pessoas expostas à nuvem radioativa em diversos países europeus, como França, Áustria, Alemanha e Itália, das distintas doses de exposição à mesma e do número de casos de câncer registrados desde 1986.

Segundo este estudo, o acidente de Chernobyl matará, pelo menos, 16 mil pessoas de câncer de tireóide na Europa ocidental e mais 25 mil vítimas de outros tipos da doença. “Os 20 anos passados desde o acidente de Chernobyl são um prazo muito curto para analisar de maneira conclusiva o desenvolvimento de doenças cujos sintomas podem ser reconhecidos somente depois de décadas”, explicou Cardis. A isto se acrescenta o fato de a União Soviética, sob cuja jurisdição se encontrava a Ucrânia em 1986, ter ocultado a informação mais elementar sobre o acidente e suas conseqüências.

Não existe nenhum registro sobre o pessoal que trabalhou no reator depois da catástrofe. Ignora-se identidade, paradeiro e estado de saúde atual de dezenas de milhares de pessoas que estiveram expostas diretamente à radiação. Apesar de tudo, muitos governos e a indústria nuclear da Europa continuam defendendo que é uma fonte segura e limpa, argumentando que contribui na luta contra a mudança climática, por não emitir gases causadores do efeito estufa. Alguns países lançaram novos programas de pesquisa e anunciaram a instalação de reatores nucleares para os próximos cinco anos.

O governo francês, recentemente, aprovou a construção de três novos reatores, o primeiro devendo entrar em funcionamento em 2012. Os outros começarão a trabalhar em 2020. Com seus 58 reatores, que produzem 78,5% da eletricidade do país, a França é a nação mais dependente da energia atômica. Jena-Philippe Desbordes, autor do livro “Atomic Parc – à la recherche des victimes du nucléaire” (Parque atômico: em busca das vítimas da energia nuclear), disse ao Terramérica que “só um acidente com a dimensão de Chernobyl na França convenceria as autoridades de Paris a renunciar à energia atômica”.

Na Alemanha, líderes da União Democrática Cristã, que governa em coalizão com o Partido Social Democrata, insistem em revisar a decisão de desmantelar progressivamente, até 2025, todos os reatores nucleares em funcionamento. Para Roland Koch, chefe de governo do Estado federal de Hesse, “suspender o uso da energia atômica na Alemanha é uma estupidez”. Porém, ambientalistas reprovam Koch por não ter respostas válidas para perguntas sobre o manejo do lixo radioativo e a produção de material utilizável em bombas atômicas.

“O alto risco é intrínseco à energia atômica e, apesar das afirmações sobre as melhorias nos sistemas de segurança, uma catástrofe como a de Chernobyl pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer reator do mundo”, afirmou Gerd Leipold, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “Devemos evitar a todo custo que um acidente semelhante ao de Chernobyl ocorra novamente e assegurar que a energia atômica não tenha um futuro, investindo em alternativas renováveis. O vigésimo aniversário do acidente é uma boa oportunidade para que governos e instituições internacionais como a AIEA exerçam sua obrigação moral em relação às gerações futuras, erradicando rápida e definitivamente a energia atômica”, acrescentou.
(Envolverde, 03/05/06)
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1586&Itemid=2

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