Stora Enso aposta na Metade Sul do Estado
2006-05-03
Em outubro do ano passado, a Stora Enso, uma das maiores empresas de papel e
de produtores florestais do mundo, anunciou oficialmente os investimentos que
pretende fazer no Rio Grande do Sul. A empresa já adquiriu áreas em oito
municípios da Metade Sul – Alegrete, Cacequi, Maçambará, Manuel Viana, Rosário
do Sul, Santiago, São Francisco de Assis e Unistalda – para implantação de
florestas da empresa.
Conforme o diretor florestal da empresa na América Latina, João Fernando Borges,
a Stora Enso planeja investir no Estado US$ 100 milhões para formar a base
florestal de 100 mil hectares de plantações de eucaliptos. Borges explica que
de 20 a 30% desta área será em parceria com produtores ou por meio de programas
de fomento. Nas propriedades destinadas ao florestamento, 2/3 da área serão
plantados e 1/3 delas será destinado à preservação ambiental. "Queremos adquirir
65 mil hectares até o final de 2006 e contar com a parceria de produtores locais",
enfatiza Borges.
A empresa pretende ainda construir uma moderna fábrica de celulose para produzir
até 1,2 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta (eucalipto)
por ano. Para a conclusão do projeto de fábrica, o grupo calcula que deverá investir
cerca de US$ 1,2 bilhão, ao longo de sete anos. "A localização estratégica do
Rio grande do Sul, a disponibilidade de terras para a implantação da base florestal,
o clima favorável, a existência de mão-de-obra disponível e as boas condições de
infra-estrutura nos levaram a escolher o estado gaúcho para o nosso empreendimento",
revela o diretor.
Apesar de todas as condições favoráveis, o local onde será construída a fábrica
ainda não foi definido, mas Borges acredita que até o começo de 2007 o quadro
esteja mais claro. "A definição sobre a localização da fábrica só será tomada
depois de claramente delineada a base florestal da empresa. O ideal é ter a
localização da fábrica no epicentro desta área para facilitar o transporte da
madeira utilizada no processo fabril e o escoamento da celulose. Também são
importantes nesta decisão aspectos como logística, energia, disponibilidade de
água e infra-estrutura da cidade próxima", detalha Borges.
Com relação à geração de empregos, o diretor da Stora Enso acha possível fazer
uma projeção. Ele estima que na maturação do projeto sejam gerados 3000 empregos
diretos. Desse total, 3/4 serão gerados na atividade florestal e 1/4 na indústria.
Para cada emprego direto, são criados de quatro a cinco indiretos.
(Caderno
Especial Reflorestamento, JC, 02/05/06)