Prefeitura de Porto Alegre rompe parceria para zelar do Orquidário da Redenção
2006-05-03
Belas e inofensivas orquídeas estão no centro de uma discórdia. A administração
do Parque Farroupilha (Redenção) rompeu uma parceria de quatro anos que ajudava
a cuidar o Orquidário de aproximadamente 50 espécies.
O administrador Clovis Breda argumentou, ontem (02/05), que os membros do Clube da
Orquídea de Porto Alegre (Copa) usavam gratuitamente as instalações e até
promoviam feiras para a venda de flores, mas sem recompensar o parque. Ontem, a presidente do Copa, Rosaura Leoni, foi proibida de entrar no
Orquidário.
- Não pode, sinto muito, são ordens - disse o guarda.
Rosaura estranhou o rompimento, porque o Copa zelava pelo Orquidário de 54 anos.
Disse que o biólogo do grupo, Válter Fraga Nunes, especializado em orquídeas,
dava assessoria sobre adubação, controle de pragas e doenças, reprodução das
plantas.
Integrantes do Copa também utilizavam uma sala da Redenção para um encontro
semanal. Rosaura reclamou que a administração quis cobrar o aluguel. Breda
negou a cobrança, respondeu que outras entidades também usufruem as instalações
do parque.
- Acho que é uma questão política, não sei onde essa presidente quer chegar -
disse Breda, há sete anos administrando a Redenção.
O Copa iniciou os trabalhos no Orquidário há quatro anos, na gestão do PT.
Rosaura disse que organizou exposições e oficinas sobre o cultivo ecológico da
flor. Admitiu que produtores vendiam a planta, mas com o consentimento da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e para evitar a coleta predatória
nas matas.
- Não entendo por que, agora, querem cobrar aluguel da gente - argumentou.
Local precisa de obras no teto
O titular da Smam, Beto Moesch, ressaltou que desconhece a parceria informal. O
secretário se dispôs a avaliar a situação, caso haja um pedido oficial e por
escrito, mas repetiu que a Smam não tem registro do acordo.
- Em primeiro lugar, acordo verbal não existe comigo. Se não está no papel,
então não há nada. Oficialmente, eles não pediram nada à Smam.
Moesch e o administrador Breda reconheceram que o Orquidário precisa de melhor
conservação e reformas no teto. O ideal seria mudá-lo de lugar porque ficou
engolfado pelas copas de árvores, as flores não recebem o sol necessário para
se desenvolverem.
(ZH, 03/05/06)