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emissões de co2
2006-05-03
A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada pela União Conservacionista Mundial (IUCN, na sigla em inglês) nesta terça-feira, inclui 721 animais e plantas que vivem no Brasil.

O número significa um acréscimo de 24 espécies em relação ao último levantamento, divulgado em 2004. Apenas no Brasil, os cientistas ligados ao IUCN avaliaram mais 186 espécies nos últimos dois anos.

Entre os animais do Brasil que passaram a fazer parte da lista dos que estão em perigo está o Tatu-Mulita (Dasypus hybridus), encontrado no sul do país e na categoria Quase Ameaçado.

No total, a nova lista relaciona 16.119 animais e plantas do mundo inteiro, com um aumento de 530 espécies em relação a 2004. O número corresponde a cerca de 40% das mais de 40 mil espécies analisadas pelos especialistas ao longo dos últimos dois anos.

A entidade diz, porém, que o número pode ser uma "subestimação grosseira", já que menos de 3% das 1,8 milhão de espécies conhecidas foram analisadas pelos cientistas que elaboram a Lista Vermelha. Estima-se que existam cerca de 15 milhões de espécies no planeta.

"A Lista Vermelha do IUCN mostra uma tendência clara: a perda da biodiversidade está aumentando, não desacelerando", afirmou o diretor-geral da organização ambientalista, Achim Steiner.

"As implicações dessa tendência para a produtividade e resistência dos ecossistemas e as vidas e sustento de bilhões de pessoas que dependem deles vão longe."

Referência - O levantamento é considerado o mais confiável retrato das espécies ameaças de desaparecer e do progresso, ou falta dele, nos esforços para atingir a meta internacional de reduzir até 2010 o ritmo em que o planeta vem perdendo variedade de vida.

Os dados, compilados pela primeira vez em 1963, são freqüentemente usados por governos e organizações ambientalistas para traçar estratégias conservacionistas.

De acordo com a nova lista, podem simplesmente deixar de existir um em cada quatro mamíferos, um terço dos anfíbios, um oitavo da população dos pássaros e um quarto das árvores coníferas se o processo de degradação do planeta, atribuído principalmente à ação humana, não for revertido.

Entre outras espécies que entraram na lista de ameaçadas, estão o urso polar e o hipopótamo e a gazela do deserto.

A nova relação também inclui diversas espécies aquáticas, como tubarões e peixes de água fresca na Europa e na África. No Brasil, 16 espécies de peixes foram adicionadas, elevando para 58 o número de peixes na Lista Vermelha.

Os principais fatores que explicam o desaparecimento de plantas e animais são a perda de habitat - problema que afeta 86% dos mamíferos, 86% dos pássaros e 88% dos anfíbios ameaçados.

No caso do urso polar, a maior ameaça é o derretimento da camada de gelo da Antártida, atribuído às mudanças climáticas causadas pelo aumento nas emissões de CO2, que priva os predadores do seu habitat.

Como resultado, estima-se que 30% dos ursos polares desapareçam nos próximos 45 anos.

Segundo a entidade, 784 já foram declaradas extintas e outras 65 só podem ser encontradas em cativeiro. O Brasil, um dos países com maior biodiversidade do planeta, já perdeu pelo menos 29 espécies.
(UOL Notícias, 02/05/06)

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