Sulgás não vai cortar investimentos
2006-05-03
O presidente da Sulgás, Edivilson Brum, garantiu ontem que, por enquanto, estão mantidos os investimentos da empresa, que responde pela comercialização e pela distribuição de gás no RS, previstos para 2006. Os investimentos incluem a construção de dois ramais, um em Igrejinha e outro em Caxias do Sul, a expansão da malha de distribuição urbana em Porto Alegre e a instalação de uma estação de compressão na região Metropolitana. Em valores, somam R$ 25,7 milhões. Brum não teme o corte no fornecimento. "Estamos apreensivos é em relação aos preços", informou.
Conforme os dados da Sulgás, 115 indústrias de 17 municípios (principalmente na Serra e na região Metropolitana) utilizam o gás vindo da Bolívia. As maiores consumidoras individuais são a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e a Copesul. Do 1,3 milhão de metros cúbicos consumidos ao dia, 60% ficam com as duas empresas.
Conforme o diretor técnico da Sulgás, Flávio Soares, os problemas se dão em torno dos novos percentuais estabelecidos pelo governo boliviano. Inicialmente, o decreto prevê que 82% da produção fique com a estatal YPFB, que definirá condições, volumes e preços. "Para se ter uma idéia da complexidade do processo, basta dizer que nós aqui no RS compramos da Petrobras que compra da YPFB, que, por sua vez, compra da Petrobras lá".
O governador Germano Rigotto também falou sobre a decisão do governo boliviano. "É uma atitude totalmente absurda dentro do mundo em que vivemos de fortalecimento das relações entre os países da América." Para ele, tem que haver respeito entre os países. Rigotto afirmou que a medida "preocupa muito e afeta o Rio Grande do Sul, que depende do gás boliviano". De acordo com o governador, os investimentos feitos podem se transformar em prejuízo a longo prazo.
(CP, 03/05/06)