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2006-05-03
No dia 03 de maio é “comemorado” o Dia do Solo. A data é um convite à reflexão sobre a degradação ambiental e a importância das ações relacionadas à educação ambiental. "O solo é um recurso natural que deve ser preservado para que o homem possa sobreviver e produzir alimentos, de forma sustentável, com a preservação da fauna e da flora", afirma Sônia Carmela Falci Dechen, diretora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

A discussão sobre o papel da atividade agropecuária na degradação do solo e a conseqüente redução de sua qualidade e produtividade são temas muito relevantes nos dias de hoje. "O desmatamento ou remoção da vegetação natural para fins de agricultura, florestas comerciais, construção de estradas e urbanização, super pastejo e a exploração intensiva da vegetação para combustível, cercas e afins são os grandes vilões da degradação do solo", afirma Sonia Dechen.

A agrônoma enumera ainda as práticas agrícolas com uso insuficiente ou excessivo de fertilizantes, água de irrigação de baixa qualidade, utilização inapropriada de máquinas agrícolas e a ausência de práticas conservacionistas como outros exemplos degradadores do solo.

Os resultados das pesquisas desenvolvidas pelo IAC indicam que para preservar o solo e evitar sua degradação é necessária a adoção de ferramentas que possam ter aplicação ampla na atividade agrícola de pequenos, médios e grandes agricultores.

A substituição do plantio convencional pelo sistema de plantio direto é a principal orientação que o IAC fornece aos produtores com o objetivo de se chegar a uma agricultura sustentável. A troca do uso de práticas mecânicas, como aração e gradagem - que movimentam excessivamente o solo e deixam sua superfície descoberta - pelo método do plantio direto, valoriza as características físicas, orgânicas e biológicas do solo, preservando a água e evitando a erosão do terreno.

Junto ao plantio direto, a rotação de culturas, a agricultura de precisão e o cultivo orgânico são outras possibilidades para conservação do solo proporcionadas pelo emprego da tecnologia no campo.

Sônia Dechen também destaca que conservar o solo não é problema apenas de quem vive no campo. Os benefícios da conservação do solo alcançam a sociedade em geral por proporcionar avanços quantitativos e qualitativos na oferta de água e na produção de alimentos.

A falta de conservação do solo nas cidades provoca o assoreamento dos rios e a redução na capacidade dos mesmos de reter e conduzir água, provocando enchentes, reduzindo o tempo de vida dos reservatórios, comprometendo a geração de energia elétrica e reduzindo o volume de água para abastecimento público.

Em áreas urbanas, a percepção do desgaste do solo é bastante restrita, apesar da consciência ambiental na sociedade ser crescente. Levantamento recente do Instituto mostrou que a maior parte das grandes erosões no Estado de São Paulo está relacionada às estradas. Na avaliação do IAC, mais educação e treinamento, em todos os níveis da população, poderiam ajudar a contornar os problemas de conservação do solo, no campo e na cidade.

Tipos de degradação dos solos

EROSÃO HÍDRICA
• perda de horizontes superficiais;
• deformação do terreno.

EROSÃO EÓLICA
• perda de horizontes superficiais;
• deformação do terreno.

DEGRADAÇÃO QUÍMICA
• perda de nutrientes e/ou matéria orgânica;
• desbalanço de nutrientes.

DEGRADAÇÃO FÍSICA
• compactação;
• selamento, encrostamento;
• inundação;aeração deficiente, excesso ou falta de água.

EROSÃO BIOLÓGICA
• redução da biomassa;
• redução da biodiversidade.
(Informações da PRÓ-TERRA - Associação Brasileira de Tecnologia, Meio Ambiente e Agronegócios)

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