Movergs quer que Ibama trate igualmente madeiras gaúchas e do Amazonas
2006-05-02
São três as principais reivindicações que os moveleiros do Rio Grande do Sul levarão a Brasília no dia 10. A primeira se refere ao câmbio. Segundo o presidente da Movergs, Luiz Attilio Troes, apesar de o Brasil ser considerado pelos principais mercados como um fornecedor mais confiável do que a China, os preços até 25% mais caros afastam os compradores. "Os Estados Unidos até aceitariam preços entre 10% e 12% mais caros", afirma.
O efeito é nefasto. Troes diz que uma grande exportadora da região de Bento Gonçalves teve uma venda de 10 milhões de dólares cancelada há uma semana. "Um negócio desse porte garantiria empregos até o final do ano", diz ele, para dimensionar o prejuízo.
Outra reivindicação é a liberação de créditos tributários pela Receita Federal. Com base em um levantamento feito com 42 empresas do setor, que apontou para um estoque de R$ 15 milhões, Troes calcula que o setor tenha cerca de R$ 60 milhões retidos. "É dinheiro nosso, que não será corrigido. Enquanto isso, emos que buscar capital de giro nos bancos, a juros extorsivos", critica.
A terceira reivindicação diz respeito ao tratamento diferenciado dado pelo Ibama à madeira do Amazonas. De acordo com Troes, as exigências são maiores no mercado interno, cuja demanda equivale a apenas 10% das exportações. "Isso que agregamos valor ao produto e geramos empregos no país", reclama.
(CP, 01/05/06)