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2006-05-02
Embora já tenha sido vista como uma cultura marginal e até sem necessidade de grandes cuidados, a silvicultura vem ganhando o espaço e a atenção que os seus vultosos rendimentos impõem. Neste aspecto, trabalhar com a silvicultura de precisão, da mesma forma que a agricultura de precisão (que é o manejo por área específica, usando a tecnologia de informação, que proporciona um melhor gerenciamento agrícola), acaba se tornando uma necessidade.

Em vista desse novo panorama, a estudante de agronomia do Cescage, Maria Helena Flenick Cosmoski, sob orientação do professor mestre Luis Miguel Schiebelbein, está se voltando para pesquisar a área. O trabalho está sendo realizado em uma área de reflorestamento no Guaragi, na fazenda do grupo Berneck.

Conforme o professor, o estudo busca fazer uma análise populacional numa amostra representativa. Ou seja, ao invés de pegar um universo reduzido de árvores de uma área de reflorestamento e estender os resultados por média para toda a extensão, a intenção é fazer um estudo pormenorizado com um maior número de espécimes. No caso, o levantamento será feito em uma área de 34 linhas com 34 árvores cada.

“Queremos estudar a variação dentro desse talhão para entender o que acontece dentro dele”, diz o professor, ao ressaltar que nesse caso variações de solo, muda e topografia podem influenciar no desempenho da planta. Ele acrescenta ainda que embora seja uma amostra representativa, são feitas seis repetições do estudo em áreas escolhidas aleatoriamente, em busca de maior precisão das informações.

O professor explica ainda que nas áreas de reflorestamento são feitos desbastes sistemáticos (uma linha de plantio inteira é cortada) e seletivos (são cortadas árvores por suas características próprias). “Dentro dessa amostra, temos diversas situações, árvores seguidas, árvores sozinhas, duas a duas”, diz, ao explicar que isso influencia no desenvolvimento das árvores.

Com uma avaliação mais apurada, como a do trabalho da estudante, é possível identificar o desempenho do reflorestamento, naquela área específica. “Dentro dessa amostra, vemos se a distribuição é normal, se o desbaste está interferindo no crescimento das árvores, qual a variação, se é significativa. Sabemos também quantos metros cúbicos de madeira gerou, mas pesquisamos por que teve esse resultado, quais árvores cresceram mais, quantas árvores ficaram abafadas”, diz.

Essa investigação minuciosa tem como objetivo dar o maior número de informações que possam ser aplicadas pelo produtor num segundo plantio, para que os mesmos erros não sejam repetidos em uma segunda floresta.
(Diário dos Campos, 28/04/06)
http://www.diariodoscampos.com.br/20060428/magri.htm#05

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