Contrabandistas de aves podem estar espalhando gripe aviária no Vietnã
2006-04-28
Traficantes contratados, na China, amarram nas costas gaiolas de bambu carregadas com 20 galinhas vivas. Sob a proteção da noite, atravessam trilhas pelas montanhas até o Vietnã, onde bicicletas aguardam para levar o contrabando cacarejante embora. É com facilidade que os contrabandistas evitam patrulhas ao longo da fronteira de 1.350 km, usando radiocomunicadores e uma rede de passagens ilegais que se tornaram portas de entrada para uma nova ameaça - gripe aviária.
O Vietnã estima que cerca de 4.500 frangos entram no país dessa maneira a cada dia, num comércio que é quase impossível de fiscalizar, pela precariedade dos recursos. O vírus H5N1 da gripe aviária tem aparecido em amostras retiradas de aves confiscadas, elevando as apostas na batalha do Vietnã para passar de o país mais duramente afetado pela gripe para o que conseguiu deter o vírus.
"Creio que há um comércio enorme e clandestino que continua", diz Jeff Gilbert, especialista em saúde animal da Agência de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO) no Vietnã. "Acredito que o maior risco de reinfecção (do Vietnã) e uma infecção vinda da China". Muitos cientistas acreditam que boa parte da disseminação mundial do vírus H5N1 esteja ligada à migração de aves silvestres, mas a Organização Mundial de Saúde Animal informa que vem investigando o papel do contrabando em alguns países.
(AP, 27/04/06)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/abr/27/177.htm