Antiga cervejaria deve virar usina de etanol nos Estados Unidos
2006-04-28
Às vezes Rick O`Seha ainda ouve as garrafas de cerveja batendo nas sombras da antiga fábrica local Miller Brewing, onde trabalhou até o fechamento do lugar há mais de uma década. Agora ele é o diretor de engenharia de um projeto que se destina a transformar o fantasmagórico complexo de 420 acres na primeira usina de etanol do noroeste, extraindo bio-combustível dos enormes barris que antes fermentavam a cerveja Miller Lite.
Com o preço da gasolina atingindo US$ 3 o litro em muitas partes do país e grande parte da produção de petróleo do mundo em tumulto, a sedução de um combustível criado no próprio quintal é bem forte. O Governador George E. Pataki quer transformar o Estado no primeiro a ter este tipo de produção no noroeste, e a usina de Fulton é um dos projetos da região que está mais perto dessa realização.
Definitivamente existe um Mercado. As novas regulamentações ambientais estão gerando um rápido aumento na demanda por etanol este ano como um substituto do metileno, um aditivo da gasolina conhecido como MTBE e que está ligado à contaminação do solo. Mas nos Estados Unidos, o etanol sempre foi visto como um combustível do Oriente Médio, e de benefícios ambientais limitadores por ser gerado do milho, o que requer recursos consideráveis para que seja cultivado e colhido.
Agora, Nova York está investindo milhões de dólares em pesquisas no etanol produzido sem a participação do milho. A Universidade do Estado de Nova York está liderando está iniciativa, que pode produzir etanol através de lascas de salgueiros. “Nós transformamos as folhas que normalmente jogamos fora em uma polpa através do sistema de produção de papel”, disse Neil Murphy, presidente da Faculdade de Ciência Ambiental e Florestal da Universidade do
Estado de NY em Syracuse, que também está trabalhando com uma fábrica internacional de papel em Ticonderoga.
Essencialmente, o objetivo é usar os pedaços de salgueiros para fazer papel em Ticonderoga e então enviamos um
xarope subproduto deste processo para Fulton, onde pode ser fermentado e transformado em etanol, também
conhecido como álcool de grãos. O processo ainda não está pronto para lançamento. A produção em massa deste
produto ainda não foi testada.
Então os donos da fábrica de Fulton, uma jovem companhia chamada Northeast Biofuels, espera iniciar a produção
através do milho até 2008, e planeja experimentar com este feito a base de salgueiros. Eles formaram uma parceria
com um estabilizado produtor de etanol canadense, o Permolex, e receberam US$ 3 milhões em empréstimos dos
fundos de pensão de dois sindicatos locais na região de Syracuse que vêem empregos na reconstrução da cervejaria.
(The New York Times, 23/04/06)
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