Uruguai descarta romper relações com a Argentina e afirma que conflito provocado pela instalação das fábricas "terá de ser resolvido"
2006-04-28
O presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, descartou a possibilidade de romper relações diplomáticas com a Argentina por causa do fechamento das pontes entre os dois países, que já causou mais de US$ 300 milhões de prejuízo à economia uruguaia. Vázquez disse que o conflito com a Argentina provocado pela instalação de duas fábricas de celulose no Uruguai "vai ter que ser resolvido". Os argentinos são contra a construção por temer prejuízos ao ambiente, e protestaram fechando as pontes na região.
"Não vamos cortar o diálogo com a Argentina, nem romper relações. Não podemos esquecer toda a rica história que nos une. Vamos continuar dialogando sem abandonar o caminho que o Uruguai escolheu, que é o da Justiça. Tenho certeza de que vamos resolver o problema", disse Vázquez, que está em visita oficial ao México. A indústria finlandesa Botnia e a espanhola Ence começaram a construir as fábricas em Fray Bentos, contando com o apoio do governo uruguaio. Mas, há vários meses, moradores das cidades argentinas à margem do Rio Uruguai têm bloqueado as pontes entre os dois países.
Bloqueio
Recentemente, os habitantes da cidade argentina de Gualeguaychú decidiram manter até o dia 1º de maio o bloqueio da passagem para Fray Bentos. Vázques considerou a atitude "ilegal, irregular e Irreverente". "A tecnologia das fábricas é de última geração, segundo os técnicos canadenses que acabam de fazer um relatório para o Banco Mundial. Estão no mesmo nível das 5% menos poluentes dos Estados Unidos, principal produtor de pasta de celulose", disse o presidente.
Ele acrescentou que o bloqueio transgride os acordos do Mercosul e o Tratado De Assunção de 1991, que garante a livre circulação entre territórios. "Também vai contra o direito internacional", afirmou. "O dano ao meio ambiente é hipotético, é eventual", completou.
(EFE, 28/04/06)
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