Um dos maiores garimpos de ouro e pedras preciosas da região da fronteira foi embargado, nesta semana, por fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). O garimpo “Pau a Pique” localizado no município de Porto Esperidião, oeste do Estado 350 quilômetros de Cuiabá, teve as atividades suspensas pela fiscalização, acusado de degradação ambiental.

Ao todo, 23 motores de várias marcas e uma máquina retro-escavadeira, usados para escavação e remoção de cascalho, foram apreendidos no local. Além do embargo, a Cooperativa de Extração de Metais e Pedras Preciosas, empresa que gerenciava o garimpo, foi multada em R$ 10 mil e processada por crime ambiental. A operação para o embargo foi realizada na última segunda-feira.

Os fiscais da Sema de Cáceres, com apoio de policiais ambientais, chegaram e determinaram o fechamento do garimpo no período da manhã. Cento e cinqüenta garimpeiros que promoviam as escavações foram dispensados temporariamente.

A Sema não dispõe de um levantamento específico da produção de ouro e pedras preciosas do garimpo. As informações, segundo Odair Rafael Bruno, diretor da fundação, em Cáceres, são de que os garimpeiros vinham extraindo alguns dezenas de gramas de ouro semanalmente, o que atraia centenas de pessoas para o local e, com isso, automaticamente, provocando degradação ao meio ambiente. “Além da degradação ao meio ambiente, o garimpo funcionava de forma ilegal. Sem licença para operação”, garantiu.

Localizado na margem de um córrego, a fiscalização chegou até ao local do garimpo através de uma denúncia protocolada há 10 dias na Ouvidoria Setorial da Sema em Cuiabá. O proprietário do garimpo José Elval Figueira, ficou como fiel depositário dos motores e demais equipamentos apreendidos no local porque a secretaria não dispõe de estrutura para o transporte das máquinas. A Cooperativa de Metais e Pedras Preciosas poderá recorrer em juízo para resgatar os equipamentos. Para isso ela terá prazo de 15 dias.
(24 Horas News, 26/04/06)