Ministério do meio ambiente do Uruguai garante que fechará papeleiras caso elas poluam o meio ambiente
2006-04-27
O ministro do Meio Ambiente do Uruguai, Mariano Arana, anunciou que se as fábricas de papel que estão sendo construídas em Fray Bentos poluírem depois de estarem funcionando, "serão imediatamente fechadas pelo governo". Arana afirmou que o presidente Tabaré Vázquez pediu aos ministros envolvidos no tema "os máximos controles de monitoramento" quando se começar a processar a celulose nas fábricas que estão a 309 quilômetros a noroeste de Montevidéu.
A intenção do governo é que "toda população conheça as exigências aos responsáveis pela finlandesa Botnia e a espanhola Ence", que no total investirão US$ 1,8 bilhão. Na reunião do gabinete ministerial, o chanceler Reinaldo Gargano confirmou que o Uruguai recorrerá à OEA sobre os bloqueios das pontes internacionais do lado Argentino que, na sua opinião, violam o direito internacional. Essa alternativa se cogita caso não se atenda o pedido de convocar o Conselho do Mercosul para discutir o problema.
Gargano disse ontem à rádio El Espectador que a Argentina, que exerce a presidência temporária do Mercosul, ainda não atendeu ao pedido uruguaio de reunir o máximo órgão do bloco regional para analisar a situação e as conseqüências do impedimento da livre circulação entre os dois países. Nesta terça-feira vence o prazo para uma audiência de conciliação entre os dois países, o passo prévio à convocação ao Tribunal de Controvérsias do Mercosul.
Ao nível de chancelaria, se trabalha nas atividades da ministra de Comércio e Desenvolvimento da Finlândia, Paula Lehtomaki que, a partir de desta semana, estará em Montevidéu. A funcionária finlandesa cancelou a visita à Argentina mas manteve o resto de sua viagem pelo Peru, Chile e Uruguai e se reune com a vice-chanceler uruguaia, Belela Herrera. Um dos temas na agenda é o conflito uruguaio-argentino e a postura do governo finlandês diante da exigência do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, de ordenar a detenção das obras da Botnia no Uruguai, segundo porta-vozes diplomáticos. Botnia prevê produzir um milhão de toneladas anuais de pasta de celulosa para exportar para mercados europeus, asiáticos e para os Estados Unidos.
(Ansa Latina, 26/04/06)
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