Condenado a 18 anos acusado de intermediar morte de Dorothy Stang
2006-04-27
O capataz Amair Feijoli da Cunha, o Tato, foi condenado nesta quarta-feira (26) por um júri formado por cinco homens e duas mulheres a 27 anos sob a acusação de intermediar a morte da missionária morte da missionária Dorothy Stang, em fevereiro do ano passado. Mas, beneficiado pela lei da delação premiada, a pena final foi fixada em 18 anos de prisão por colaborar com a justiça.
O resultado, anunciado pelo juiz Cláudio Montalvão das Neves, foi comemorado por familiares da vítima, ativistas de direitos humanos e agricultores concentrados na praça em frente ao prédio da justiça. Em seu depoimento, Cunha voltou a confirmar o que dissera na fase de instrução do processo, apontando os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, como mandantes do crime.
Durante a exibição, em DVD, de seu depoimento prestado à Polícia Federal, Civil e a representantes do Ministério Público do Estado, Cunha começou a chorar levando as mãos ao rosto. Do lado de fora do prédio do Tribunal, mais de 200 agricultores vindos de Anapu gritaram "assassino, assassino". Cunha disse que Galvão e Moura pagariam R$ 50 mil aos pistoleiros Rayfran das Neves e Clodoaldo Batista, já condenados, pela morte da freira.
Delação premiada - Criada em 1999, para ajudar no combate à criminalidade, a Lei 9.807, também conhecida como ´delação premiada´, oferece a pessoas condenadas pela Justiça a chance de ficar menos tempo na cadeia desde que colaborem ´efetiva e voluntariamente com a investigação´. Dependendo do critério do juiz, a pena pode ser reduzida entre um e dois terços.
(Agência Estado, 26/04/06)