Tetos ecológicos crescem ao redor do mundo
2006-04-27
Uma organização arquitetônica revelou um novo teto ecológico para seu novo prédio nesta quarta-feira (26/04), para mostrar uma tendência para a tecnologia amiga do meio ambiente. O frondoso teto do prédio da American Society of Landscape Architects (Asla - Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas), em Washington, é um modelo das técnicas cada vez mais usadas para reduzir temperaturas, filtrar o ar e diminuir o fardo dos encanamentos, absorvendo a água da chuva.
Os visitantes são cercados em três lados por uma variedade de plantas, e a grade de alumínio que serve como passagem é suspensa sobre mais vegetação. Os tetos ecológicos, que surgiram na Alemanha, cresceram em popularidade ao redor do mundo, e especialistas acreditam que devem crescer mais enquanto a prática se espalha até a China. Na América do Norte, o espaço de tetos ecológicos cresceu 70% no ano passado.
A Alemanha, que ajudou a lançar a tendência no começo dos anos 50, agora possui 130 quilômetros quadrados de espaço com tetos ecológicos e adiciona mais 13 quilômetros quadrados a cada ano, estima Christian Werthmann, professor de arquitetura na Escola de Design de Harvard. Os tetos ecológicos começaram a se espalhar quando algumas cidades alemãs encorajaram os donos de prédios a substituir os tetos comuns por vegetação. Werthmann estima que 40 municípios germânicos exigem tetos ecológicos para pelo menos alguns tipos de construção.
Os Estados Unidos possuem apenas uma fração do espaço coberto por tetos ecológicos na Alemanha - mas um estudo descobriu neste mês que esse espaço cresceu 80% no país no ano passado. A América do Norte tem um total de 200 mil metros quadrados, de acordo com um estudo feito pela organização Tetos Ecológicos para Cidades Saudáveis. Steven Holl, arquiteto baseado em Nova York, já desenvolveu um número de projetos de topos ecológicos, mas disse que a demanda é maior no seu escritório em Pequim. "Eles querem isso e estão dispostos a pagar", disse Holl sobre seus clientes chineses.
A China lançou um esforço nacional no mês passado para construir prédios que economizem energia que ajudem a diminuir a escassez de combustível e reduzir os gases do efeito estufa. O teto da Asla custou US$ 946 mil, mas a organização diz que dois terços do valor foram usados para tornar o teto acessível. "O teto da Asla tem apenas 280 metros quadrados, e ter plantas e pessoas juntas nessa quantidade de espaço é único", disse Werthmann, adicionando que normalmente apenas os técnicos chegam até os tetos ecológicos.
Especialistas dizem que a instalação do teto ecológico pode ser tão barata quanto US$ 9 dólares por pé quadrado (0,09 metro quadrado), e o aumento no valor da propriedade, a economia nos custos de energia e a maior vida útil podem superar o investimento.
(AP, 26/04/06)
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