Minas Gerais perdeu 150 mil hectares de vegetação entre 2003 e 2005
2006-04-27
Os desmatamentos e a degradação ambiental em Minas Gerais provocaram a perda de cerca de 150 mil hectares de vegetação nativa, entre 2003 e 2005. Área quase cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte, que tem 33,2 mil hectares. O dado está no Mapeamento da Cobertura Vegetal de Minas Gerais, lançado na segunda-feira (24) à noite, durante a abertura do Combio - Congresso Mineiro de Biodiversidade.
A região com maior perda foi o noroeste mineiro, onde predomina o bioma cerrado. O aumento do plantio da soja, principalmente, reduziu em cerca de 70 mil hectares a vegetação natural. Foi contabilizada também perda de 30 mil hectares de vegetação em área de Mata Atlântica, na região da Bacia do Rio Jequitinhonha. O desmatamento dos outros 50 mil hectares foi registrado em várias regiões do Estado.
De acordo com o professor José Roberto Scolforo, da Ufla - Universidade Federal de Lavras, que coordenou o estudo, Minas tem 19,8 milhões de hectares de vegetação nativa. O primeiro mapeamento, feito em 2003, apontava cerca 19,945 milhões de hectares. O mapeamento revelou que há cerca de 1,167 milhão de hectares, 1,99% da área do Estado, de reflorestamento.
Biomas - Em relação às áreas originais dos principais biomas, a mata atlântica foi reduzida de 22 milhões de hectares para 4,1 milhões; no cerrado, a redução foi de cerca de 30 milhões de hectares para 10,8 milhões; a cobertura original de caatinga era de 1,7 milhões de hectares e atualmente tem 535 mil hectares.
Para o coordenador do estudo, a perda de vegetação registrada em dois anos (0,76% da área mineira) deve ser considerada positiva, levando-se em conta as pressões econômicas e a comparação com outros Estados. Segundo o IEF - Instituto Estadual de Florestas, há aproximadamente 15 anos a área desmatada chegava a 500 mil hectares por ano.
(Folha Online, 26/04/06)