Setores buscam soluções para lixo urbano em Porto Alegre
2006-04-27
Por lei, a responsabilidade de manter a cidade limpa é da prefeitura municipal.
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) recolhe 50 toneladas de
resíduos secos das ruas por dia. Os catadores juntam três vezes mais. Com um
novo modelo de gestão, o órgão quer ampliar a sua coleta seletiva e organizar
e fiscalizar a atividade dos trabalhadores informais. Mas eles não sairão das
ruas.
- Isso é um problema sim, mas 10 mil famílias vivem da exploração do lixo.
Queremos incentivar o trabalho delas de forma ordenada - afirma o diretor-geral
do DMLU, Garipô Selistre.
A desordem à qual Selistre se refere é o trabalho infantil, o descuido com a
saúde de animais, no caso de carroceiros, e o trânsito de carrinhos e carroças
entre os automóveis.
Há ainda outro problema, cuja solução pode começar na casa de cada cidadão:
alguns catadores abrem sacos de lixos nas calçadas para separar o que é
reciclável e acabam espalhando a sujeira, quanto mais pessoas separarem seu
lixo em casa, menos cenas como essa serão vistas. O DMLU estima que, por dia,
cem toneladas de resíduos recicláveis estão misturadas com os orgânicos.
- Vamos trabalhar na conscientização da importância da separação domiciliar,
pois esse lixo seco significa renda e emprego - explica Selistre.
Setenta por cento dos trabalhadores do DMLU são terceirizados. Com o término
da maioria dos contratos, o órgão está fazendo audiência pública para
apresentar o novo modelo de gerenciamento de limpeza urbana. O edital de
licitação deve ser publicado no dia 12 de maio. As novas atividades estão
previstas para entrar em vigor no final do ano.
(ZH, 27/04/06)