A Iberdrola deu início às atividades do Parque Eólico de Rio do Fogo, primeiro da companhia espanhola na América Latina. Com potência de 49,3 Mega Watts, a estrutura funcionará em fase de testes até o fim de maio. A energia produzida será fornecida à Eletrobrás, com quem a Iberdrola tem contrato com vigência de 20 anos.

A energia gerada em Rio do Fogo, cidade do Litoral Norte do estado, virá de 62 aerogeradores - com quase 100 metros de altura cada um - e percorrerá 55 quilômetros até chegar à subestação da Cosern na cidade de Extremoz, Região Metropolitana de Natal. De lá, ela é distribuída para a rede elétrica.

Fruto de um investimento de R$ 173 milhões, o Parque Eólico de Rio do Fogo ocupa uma área de 860 metros quadrados, pertencente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Serão produzidos 49,3 Mega Watts de energia, o equivalente a três mil horas de energia por ano. A previsão é que em julho esta produção seja atingida. Porém, esta meta deverá ser adiada, uma vez que a expectativa da empresa era que, em janeiro deste ano, pelo menos 24% do total já fosse gerado.

De acordo com informações divulgadas pela matriz da Iberdrola - a quem a Cosern pertence -, o desenvolvimento do parque eólico marca a participação da empresa espanhola no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), através do qual a Eletrobrás compra energia renovável e a disponibiliza para todo o Brasil. Segundo informações divulgadas no ano passado pela Enerbrasil, controladora do parque e integrante do grupo Iberdrola, o governo federal pagará R$ 196 pelo Mega Watt/hora.

A energia eólica é mais cara porque tem um aproveitamento menor. O fator de capacidade (que mede o rendimento) dela fica entre 30% e 35%, enquanto o da produção de uma hidrelétrica, por exemplo, é de 70%. Por outro lado, a energia gerada pela força do vento é limpa, pois não produz resíduos, preservando, assim, o meio ambiente.

Com o Parque de Rio do Fogo, a Iberdrola atinge cinco países com geração de energia renovável: Espanha, Grécia, Portugal, França e Brasil. Além disso, a empresa mantém projetos em estágio avançado no Reino Unido, Itália, Polônia, Alemanha e México. A meta da companhia é superar os 10 mil Mega Watts de potência de energia renovável até 2011.
(Diário de Natal, 26/04/06)