Citando segurança, indústrias norte-americanas optam por químicas menos perigosas
2006-04-27
Pelo menos 225 fábricas industriais dos Estados Unidos passaram a usar químicas menos perigosas desde os atentados terroristas de 2001, abaixando o risco de que pessoas nas redondezas serão lesadas ou mortas por tóxicos, descobriu um novo estudo. Enquanto estas fábricas representam somente uma minúscula fração das estimadas 14 mil em toda a nação que armazenam ou usam grandes quantidades de substâncias extremamente danosas, ambientalistas, apesar de tudo, citam seus esforços como prova de que companhias e serviços podem e devem fazer a mudança.
“Isso demonstra o que é possível com um acertado esforço nacional”, disse Paul Orum, o autor do relatório “Prevenindo Terrorismo Tóxico”, o que está para ser publicado nesta semana pelo Centro para o Progresso Americano, um grupo de pesquisa liberal e defesa.
As fábricas têm freqüentemente realizado as mudanças com pouca atenção pública, como aconteceu com a Blue Water Pool Chemical, perto do aeroporto de Scottsdale, Arizona, a qual não mais usa gás clorídrico, que é extremamente perigoso, reduzindo o risco de estimadas 8.300 pessoas na área de perigo. “Eu sempre considerei no fundo da minha mente o que aconteceria se acontecesse um vazamento”, disse Buddy Andrews, dono da Blue Water. “Eu apenas não queria viver com isso”.
O Congresso está debatendo uma legislação que pode acelerar este processo, embora haja desacordo sobre quanta pressão deveria ser imposta aos donos de fábricas. Um projeto-de-lei introduzido pela senadora Susan Collins, republicana de Maine, daria aos donos de fábrica a opção de substituir os químicos como uma maneira de melhorar a segurança, enquanto outro projeto apresentado pelo senador Frank R. Lautenberg, democrata de Nova Jersey, iria requerer que certas fábricas usassem uma tecnologia mais segura se for considerada prática.
As maiores melhorias de segurança ocorreram nas fábricas de esgoto e tratamento de água. Em toda a nação, 207 delas mudaram para processos menos perigosos, a maioria freqüentemente ao substituir gás clorídrico por branqueador clorídrico líquido ou luz ultravioleta como o tratamento primário do processo. Gás clorídrico é muito mais perigoso, porque se um tanque de armazenamento, freqüentemente em um vagão de trem, é furado ou explodir, o gás pode formar uma nuvem que poderia matar milhares. Uma das fábricas que parou de usá-lo, a Blue Plains Wastewater Treatment Plant no Distrito de Columbia, incluiu 1.7 milhões de pessoas na zona de perigo.
O estudo foi conduzido ao contatar 1.800 fábricas químicas, fábricas, serviços de água e outras instalações que saíram de uma lista – da Agência de Proteção Ambiental – de instalações industriais que lidam com significantes quantidades de substancias extremamente danosas. Um total de 284 fábricas ou responderam a um questionário ou a uma entrevista sobre por que eles não mais estavam na lista; destas, 225 fizeram a mudança depois dos ataques terroristas.
(The New York Times, 26/04/06)
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