UE cobre metade dos prejuízos causados pela gripe aviária
2006-04-26
Os 25 ministros da Agricultura da UE (União Européia) definiram o financiamento de 50% dos prejuízos dos avicultores atingidos pela queda do consumo devido à ameaça da gripe aviária, em reunião realizada em Luxemburgo. A proposta foi apresentada pela Comissão Européia e visa possibilitar que a UE ajude em medidas nacionais de apoio ao mercado avícola. O vírus H5N1, o mais letal da doença, foi encontrado em aves selvagens em 13 países do bloco - Grécia, Eslovênia, Itália, Áustria, Hungria, Eslováquia, Alemanha, França, Suécia, Dinamarca, Polônia, República Checa e Reino Unido - e em aves de criação na França, Suécia e Alemanha.
Portugal
O ministro da Agricultura português, Jaime Silva, apoiou a medida aprovada na terça-feira (25/04), apesar de ter defendido a cobertura de 100% dos prejuízos pela UE. Segundo o ministro, o governo agora deve negociar soluções alternativas ao financiamento público dos 50% restantes. Segundo dados da Comissão Européia do início de abril, o consumo de carne de aves e de ovos em Portugal caiu 15% e o preço, 37% - a segunda maior redução da UE, só atrás da Itália (63%).
Jaime Silva pediu aos consumidores que continuem comprando carne de ave. "O mercado está se recuperando em termos de preços e de volume de vendas, porque não há razão para mudarmos os hábitos alimentares", disse. Segundo ele, os portugueses devem seguir o exemplo da Alemanha, onde um caso da doença foi detectado, mas o nível de consumo não foi alterado.
Agricultores lamentam
A CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) lamentou que a ajuda comunitária aos avicultores afetados pelo impacto da gripe aviária seja de apenas 50% dos prejuízos. "A CAP defendia o financiamento de 100% porque, de outra forma, dificilmente os produtores portugueses iam receber o mesmo que os outros produtores europeus", disse à Agência Lusa o presidente da confederação, João Machado. Segundo ele, os outros governos nacionais devem garantir os outros 50%.
Machado voltou a criticar o ministro Jaime Silva, que é acusado pela CAP de não cumprir decisões da UE ao não ter ampliado os subsídios de compensação de medidas ambientais. "Mais uma vez os portugueses são discriminados por este ministro, que nem as disposições dos outros países comunitários cumpre", acusou o dirigente sindical.
(Lusa, 25/04/06)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2006/04/25/ult611u71690.jhtm