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2006-04-26
O girassol, com o melhoramento genético que houve, aliado com as práticas culturais que podem ser adotadas, tem possibilidade de produzir em média 2 mil kg de grão por hectare. Mas o grão tem em média 40% de óleo, ou seja, representa 800 litros de óleo produzido por hectare. A canola da mesma forma, produz em torno de 2 mil kg de grão, com 40% de óleo. Já o linho, é uma cultura que ainda carece de mais pesquisas. É preciso de cultivares de maior rendimento. Há cultivares que tem até 35% de óleo, mas a produção fica em torno de 1.500 kg/ha.

Mamona
Outra alternativa principalmente para o Brasil central é a mamona. De acordo com o engenheiro agrônomo Elemar Floss, é a cultura que se adapta bem às regiões quentes, de clima semi-árido. Além de ser extremamente tolerante à seca. Produz em média 2 mil kg por hectare/ano. Mas a mamona tem em torno de 60% de óleo, o que representa 2 mil kg/ha 1.200 litros de óleo. E existem cultivares melhoradas que sob bom manejo, em condições climáticas favoráveis, produzem até 3 mil kg, o que daria em torno de 1.800 litros. Mas diferentemente das outras oleaginosas, a mamona é extremamente tóxica. E precisa-se ter o cuidado por exemplo, de colocá-la em sistemas de produção onde tem grãos alimentícios, porque existe uma portaria ministerial que dá tolerância zero à mamona, isto é, se numa carga de caminhão for encontrada uma semente de mamona, a carga toda será condenada. E é por isso que o farelo que sobra da extração do óleo da mamona não pode ser usado na alimentação. Conforme o engenheiro, é possível, que no futuro, através de estratégias biotecnológicas, seja criada uma mamona não tóxica.

Nabo
Existem outras alternativas de óleo, como o nabo, que é uma planta daninha cultivada para fazer cobertura. É um grão oleaginoso produzido com um custo muito baixo, inclusive no Paraná tem vários projetos pilotos. Dendê E, no Brasil central outras opções existem, sendo as principais o babaçu e o dendê. O dendê produz quase 6 mil litros por hectare/ano. Só que é uma cultura permanente, ou seja, é preciso que haja investimentos de médio e longo prazo. Após o plantio, é necessário esperar de sete a nove anos, isso com os clones melhorados. Por isso, de acordo com Floss, certamente o Brasil irá implantar grande área de dendê, que até então não era uma cultura importante, pois era usada apenas em algumas culinárias. Esta será a grande alternativa do país para produção porque produz a maior quantidade de óleo por hectare. Produção de soja deverá ser aumentada Já na região, será preciso aumentar o cultivo de soja, que atualmente é a principal cultura. E a indústria vai necessitar de uma grande quantidade de óleo de soja. “É um mercado a mais que se cria, além dos empregos, dos tributos e todo valor agregado”. Mas paulatinamente, é necessário aumentar as oleaginosas de inverno, porque aproximadamente 3 milhões de hectares que no verão estão ocupados com culturas econômicas, como soja, milho, feijão, sorgo, arroz de cerqueiro e outras, no inverno não há mercado, porque o comércio de trigo é pequeno bem como de cevada e triticale. Desta forma, na medida que se aumenta as oleaginosas de inverno como girassol, canola e até mesmo o linho, estará sendo dada ocupação a um solo ocioso, acrescentando um valor econômico para a região, pois a nível de propriedade, será uma renda a mais e não atrapalha a cultura de soja.
(Diário da Manhã, 26/04/06)

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