Lucros e doenças fazem produtores de soja migrar para transgênicos em MT
2006-04-26
A soja transgênica ganhou mesmo a preferência dos agricultores de Mato Grosso. A semente geneticamente modificada tem sido a mais encomendada pelos produtores rurais, especialmente pelas promessas de redução de gastos com aplicação de defensivos e menor risco de incidência do fungo da ferrugem. "O pensamento é simples. O produtor quer usar transgênicos para reduzir gastos com insumos e, de preferência, grão precoce para fugir do risco de ferrugem da soja" - afirma Dario Hiromoto, diretor superintendente da Fundação Mato Grosso.
Dados da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso, a Aprosoja, das 6,3 milhões de sacas de sementes de soja que devem ser produzidas no Estado para 2006/07, menos de 20% são transgênicas. Em 2004/05 a oferta de transgênicos correspondia a 9% do setor de sementes. A demanda por essas sementes deve chegar a cerca de 4 milhões de sacas no estado - metade do consumo total do Mato Grosso.
O supervisor regional da Coodetec em Mato Grosso, Hilário José Molina, confirma que os produtores têm buscado mais informações sobre as sementes transgênicas. Para atender a esse público, a Coodetec lançou variedades transgênicas de soja precoce, com resistência à nematóide de cisto e galha. Já a Fundação MT disponibilizou sete variedades de sementes transgênicas, com tolerância ao herbicida glifosato ou resistência a doenças, como a ferrugem da soja e o nematóide de cisto.
Adilton Sachetti, prefeito de Rondonópolis, que planta 40 mil hectares de soja no estado, observa que o avanço da ferrugem reduziu a produtividade por hectare em até 10 sacas. "Em vez de colher 50 sacas por hectare, o produtor está colhendo 40 sacas", afirma. As estimativas de redução de área no estado vão de 15% a 30%. Em 2005/06, o Mato Grosso plantou 6 milhões de hectares.
(24 Horas News-MT, com informações de Valor Econômico, 25/04/06)