Ibama dá início a operação para combater exploração de lenha da caatinga em Pernambuco
2006-04-26
A superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Pernambuco está deflagrando hoje a operação Mata Nativa, destinada a intensificar a fiscalização para controlar a exploração de produtos e subprodutos florestais originários da caatinga.
O ecossistema está presente em 1.280 municípios dos nove estados do semi-árido nordestino e abriga 900 espécies de plantas, 500 aves além de peixes e mamíferos. O sistema vem sofrendo degradação, principalmente por causa do consumo irregular de lenha e carvão. Somente no pólo gesseiro do Araripe, 90% da matriz energética é lenha da caatinga.
De acordo com o superintendente estadual do Ibama, João Novaes, o projeto iniciado em Pernambuco deve ser estendido para os estados que têm áreas de caatinga ameaçadas. Ele destacou que o sistema de controle, que antes era feito apenas por amostragem, dava margem às empresas para trabalhar de forma clandestina. Agora, passará a ser mais rigoroso, mobilizando equipes do instituto e das polícias Rodoviária Federal e Militar.
Novaes estima que somente este ano as empresas de Pernambuco devem usar o equivalente a 350 mil caminhões de lenha como matéria energética. "É uma quantidade correspondente a 65 mil hectares de área desmatada", frisou.
O superintendente disse que a expectativa com a operação Mata Nativa é reverter em até 80% o consumo clandestino, para uma exploração regular e legal. Isso porque além das ações de fiscalização, a operação abrange um programa de manejo florestal. As empresas da região serão convencidas a usar somente a lenha originária de propriedades rurais que trabalhem com o sistema de zoneamento agrícola ou replantio de áreas desmatadas.
(Agência Brasil, 25/04/06)