Especialistas discutem opções para catadores
2006-04-26
O aumento do número de cooperativas de coleta seletiva seria a maneira de
profissionalizar os catadores de produtos recicláveis. Em Porto Alegre,
segundo dados do DMLU, cerca de 16 mil pessoas - entre carroceiros e
carrinheiros - atuam no recolhimento de lixo limpo. Em São Paulo, a Secretaria
Municipal de Serviços estima que 20 mil pessoas trabalhem em cooperativas no
recolhimento de 6 a 7 toneladas de resíduos recicláveis, de um total de 11 mil
toneladas que são produzidas na cidade. A proposta sobre as cooperativas foi
defendida ontem (25/04) pelo participantes do 1° Seminário Municipal sobre
Catadores de Resíduos Recicláveis, que se realiza em Porto Alegre.
Os debatedores defenderam a profissionalização, com o recolhimento do INSS, e
o respeito às normas de segurança, como forma de evitar acidentes de trabalho
durante o manuseio dos resíduos. Para especialistas de São Paulo, Belo
Horizonte e Londrina, outra preocupação é com o crescimento da de informalidade
no recolhimento de lixo. O coordenador do Programa de Coleta Seletiva da
prefeitura de São Paulo, Jetro Menezes, disse que há 15 cooperativas que
empregam 900 pessoas e são responsáveis pela recolhimento do lixo reciclável.
A meta é chegar a 31 cooperativas num prazo de dois a três anos, na tentativa
de acabar com a informalidade. O diretor da Divisão de Projetos Sociais e
Reaproveitamento e Reciclagem do Departamento Municipal de Limpeza Urbana
(DMLU) da Capital, Jairo Armando dos Santos, explicou que a preocupação é com
aqueles que atuam na informalidade e realizam a catação do lixo domiciliar sem
nenhum cuidado, exposto a acidentes com agulhas ou seringas. Quem vai em busca
dos produtos “bons de mercado” - garrafas pet, latinhas e papelão - realiza a
separação dos produtos em locais públicos, como praças e parques. O encontro
conta com a participação de catadores, carroceiros, ambientalistas e
representantes dos serviços municipais.
(JC, 26/04/06)